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Bolsonaro defende Moro e chama vazamentos de “invasão criminosa”

Presidente se colocou no lugar do ministro e disse que se vazassem seus áudios seria duramente criticado: “igual na campanha”

atualizado

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Isaac Amorim/MJSP
Bolsonaro condecorando Moro
1 de 1 Bolsonaro condecorando Moro - Foto: Isaac Amorim/MJSP

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a defender o ministro da Justiça, Sergio Moro, e disse, nesta quinta-feira (13/06/2019), que a atuação do ex-juiz na Lava Jato não tem preço e que ele foi responsável por derrubar todo o esquema de corrupção que estava presente no Brasil. A declaração é um

“O que ele fez não tem preço, ele realmente botou pra fora, mostrou as vísceras do poder, a promiscuidade do poder no tocante à corrupção. A Petrobrás quase quebrou, os fundos de pensões quase quebraram, e o próprio BNDES”, afirmou. Bolsonaro aproveitou para disparar contra o ex-presidente Lula. Segundo Bolsonaro, os bancos públicos sofreram desvios de mais de R$ 400 bilhões, que teriam sido entregues a “companheiros comunistas” e amigos do ex-presidente.

Além disso, o chefe do Executivo disse que Moro já faz parte da história do Brasil e se colocou no lugar do ministro, ao dizer que também seria julgado erroneamente caso tivesse áudios pessoais vazados. “Ele faz parte da história do brasil. Se vazar um áudio meu aqui, tem muitas brincadeiras que eu faço com colegas meus que vão me chamar de tudo aquilo de novo que me chamavam durante campanha”, defendeu. Bolsonaro chamou os vazamentos das mensagens de “invasão criminosa” e afirmou que a veracidade das conversas devem ser estudadas.

Questionado pelos jornalistas sobre a normalidade de conversas entre juízes e promotores, Bolsonaro ironizou a questão com casos de corrupção já delatados no Brasil. “Normal é conversar com doleiros, bandidos, corruptos… Nós temos nos unido do lado de cá pra derrubar isso aí”. O presidente completou a fala ao afirmar que ninguém forjou provas contra o ex-presidente Lula.

Padrões “heterossexuais”
Sobre a troca de intimidade demonstrada entre ele e o ministro alvo da crise durante o jogo do Flamengo, Bolsonaro comparou a situação com o Dia dos Namorados e afirmou que foi tudo dentro dos padrões da heterossexualidade. “Ontem foi o Dia dos Namorados, ao invés de chegar em casa e dar um presente para minha esposa, eu dei um beijo nela, não é muito melhor? Eu dei um beijo hétero no nosso querido Sergio Moro, eu dei dois beijos héteros”, disse.

Congresso Nacional
A respeito da desidratação do texto da reforma da Previdência pelo Congresso Nacional, cuja economia projetada ao longo de 10 anos era de R$ 1,2 trilhão e passou para R$ 915 bilhões, Bolsonaro disse que esperava que a medida fosse menos modificada, mas que deve prevalecer a decisão do Congresso. “A gente quer que desidrate o menos possível, mas precisamos aprovar a reforma, o que o Parlamento definir, nós acataremos”, afirmou.

Sobre a saída dos estados e municípios do texto, ele afirmou que trata-se de uma “briga interna” e pediu para ser “incluído fora dessa”. “O que chega pra mim aqui, é que alguns governadores querem aprovar a reforma, não querem sofrer algum desgaste, e toda batalha tem desgaste”, explicou. “Por mais que os governadores pensem dessa maneira, parece que há uma tendência de tirar os estados e municípios, e os governadores vão ter um desgaste dentro do próprio estado”, completou.

Porém, Bolsonaro adiantou que, sem a divisão com os estados, haverá a necessidade de se rever a reforma no futuro. “A economia, Paulo Guedes fala, no tocante à área federal, os estados sabem onde aperta o seu calo e os municípios também. Eles estão com um problema, vão ter que fazer uma reforma, poderiam se juntar a nós nesse momento mas parece que eles não querem”, afirmou.

A respeito da proposta de capitalização, Bolsonaro disse que fará esforços para que seja mantida da forma como foi apresentada. “Nós não somos os donos das leis. Mesmo as medidas provisórias, que são feitas de imediato, depois de algum tempo elas podem ser rejeitadas. Então a capitalização nos interessa e gostaríamos que fosse mantida, vamos manter nesse sentido”, disse.

A respeito da derrota que o decreto de armas, Bolsonaro afirmou que não foi uma derrota do governo, mas sim do povo. “A derrota não é minha, eu não acredito que o Parlamento vai derrotar o povo, eles decidiram em 2005 pelo direito de comprar armas e munições e eu não fui além do que esta previsto da lei do desarmamento, apenas botamos limites ali porque muita coisa estava em aberto e a legislação nos dá esse direito de, via decreto, adequar a lei em sua plenitude”, finalizou.

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