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Bolsonaro diz que anuncia novas regras para saque do FGTS na quarta

O presidente, porém, não descartou mexer na multa de 40% do fundo posteriormente

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
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1 de 1 Bolsonaro-na-galeteria - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, neste domingo (21/07/2019), que o governo planeja anunciar a liberação de saques nas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FTGS) nesta quarta-feira (24/07/2019). A declaração aos jornalistas foi dada antes de ele entrar para almoçar em uma galeteria no Setor de Clubes Sul, por volta das 13h. O chefe do Executivo nacional também afastou a possibilidade de rever, pelo menos neste momento, o percentual da multa de 40% do Fundo paga ao empregado demitido sem justa causa. Contudo, não descarta a medida no futuro.

“O valor não está na Constituição, mas o FGTS está no artigo 7º, acho que o valor é uma lei, vamos pensar lá na frente. Mas antes disso a gente tem que ganhar a guerra da informação. Eu não quero manchete amanhã dizendo: ‘O presidente está estudando reduzir o valor da multa’. O que eu tô  tentando levar para o trabalhador é o seguinte: menos direitos e emprego, ou todos os direitos e sem emprego”, disse.

Bolsonaro falou ainda sobre outros temas, como as críticas do deputado federal Marco Feliciano (Podemos/SP) disparadas contra o porta-voz da Presidência, o general Otávio de Rêgo Barros. O parlamentar culpou o militar por expor o chefe do Executivo no café da manhã com jornalistas estrangeiros nessa sexta-feira (19/07/2019), no qual áudios vazados mostram Bolsonaro falando que o pior dos governadores “de paraíba” era Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão.

Para Bolsonaro, o general tem feito um bom trabalho. “Rêgo Barros está fazendo um bom papel no governo. Ajudou a me convencer sobre esses cafés da manhã (com jornalistas). Às vezes a manchete é péssima, mas a matéria é boa. Vocês (jornalistas) têm um papel excepcional e podem ajudar a mudar o Brasil”, destacou.

Além disso, ressaltou que vai respeitar a listra tríplice da Procuradoria-Geral da República. Segundo ele, o nome deve ser definido no dia 15 de agosto. “Todos (os nomes) estão no radar. Vou seguir a Constituição. Para a PGR não existe a obrigatoriedade de seguir a lista tríplice, mas é claro que a gente sempre busca atender”, destacou. Disse também que não pretende mexer na equipe econômica. “Estou tão feliz com esses nomes que indiquei que não vou mexer no time que está vencendo”, afirmou.

Diretor do Inpe
O presidente falou ainda sobre a polêmica envolvendo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Magnus Osório Galvão, que foi acusado pelo presidente de agir “a serviço de alguma ONG”, ao divulgar dados sobre desmatamento. “Ele tem mandato e eu não vou falar com ele. Quem vai falar com ele é o Marcos Pontes e o Ricardo Sales (ministros da Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente, respectivamente). O que nós não queremos é uma propaganda negativa do Brasil. Aqueles dados pareceram muito com os do ano passado. Deram um salto. Então, eu fiquei preocupado com aqueles números, obviamente. Mas também achei que eles poderiam não estar condizentes com a realidade. Ele vai conversar com esses dois ministros no fim de semana e toca o barco. Não é o meu nome que está mal lá fora. É o nome do Brasil que está mal lá fora”, disse Bolsonaro.

Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Galvão se manifestou sobre as declarações do presidente. Disse que a atitude foi “pusilânime e covarde” e a fala de Bolsonaro parece mais “conversa de botequim”.  Ele comanda o instituto ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações desde setembro de 2016.

Após sair da galeteria, onde almoçou em espaço reservado com dois seguranças na porta, o presidente voltou para o Palácio do Alvorada. Lá, foi recebido por populares. Ele parou e perguntou se algum nordestino estava se sentindo ofendido por ele. Ao que ouviu um uníssono “não”. Em seguida, voltou a criticar o chefe do Executivo do Maranhão, Flávio Dino, a quem chamou de “pior” governador.

Culto na Sara Nossa Terra
O presidente começou o domingo em encontro com os ministros Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. Logo depois, deixou o Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, para participar de um culto na igreja evangélica Sara Nossa Terra, no Sudoeste. Ficou na primeira fila ao lado da primeira-dama, Michelle, de Onix, e da esposa do ministro da Casa Civil, Denise Verbeling.

A celebração foi comandada pelo Bispo Rodovalho, presidente e fundador da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra.  Aos fiéis, o presidente afirmou que a solidão sentida no poder, como dita por diversos governantes, é devido “a uma deslealdade com o povo brasileiro e pelo afastamento de Deus”.

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“Ouvi dos que me antecederam que, logo nas primeiras semanas que assumiram o cargo, começaram a sentir a solidão do poder. O que posso dizer de mim, acredito que essa solidão venha por dois motivos. Pelo descompromisso com a lealdade ao povo brasileiro. E o segundo pro afastamento de Deus, nosso criador”, disse.

O presidente complementou ainda dizendo que “os problemas existem, mas há a vontade de acertar”. “O fato de ter amigos ao seu lado, dentro e fora do palácio, e uma família que é a base para aqueles que queiram fazer algo de bom, é o que nos alimenta”, afirmou.

O presidente disse ainda que realiza uma “difícil missão”, mas ressaltou que “Deus sabe o que faz e capacita os escolhidos”. Ele agradeceu ainda o apoio da comunidade evangélica para a sua eleição. “Agradeço por estar vivo e poder realizar essa missão”, disse.

A primeira-dama recebeu uma homenagem da igreja e agradeceu pelas orações “pelo momento mais difícil que já passamos na nossa vida”.  “Assim como meu marido confia que está realizando uma missão de Deus, eu também acredito que estamos em um chamado divino”, disse.

General chamado de “melancia”
Antes de sair do Alvorada, Bolsonaro voltou a falar, via Twitter, que não fez crítica ao povo nordestino e os chamou de “meus irmãos”. No texto divulgado na internet neste domingo (21/07/2019), o presidente ainda ataca: “Mas o melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PCdoB de Flávio Dino, para me chamar de antipatriótico.”

O general da reserva, Luiz Rocha Paiva, integrante da Comissão da Anistia, disse que o comentário sobre o Nordeste era “antipatriótico” e “incoerente”, segundo o Estado de S. Paulo. “Sem querer descobrimos uma melancia, defensor da Guerrilha do Araguaia, em pleno século XXI”, disse o presidente, pelas redes sociais.

(Com informações da Agência Estado)

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