Apoiadores de Bolsonaro tomam ruas de SP, Rio e Brasília, e 7 de Setembro ganha ar de campanha
Na capital federal, a estimativa divulgada pelo PL foi de que 1 milhão de pessoas compareceram à Esplanada. PM não fez contagem
atualizado
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Esta quarta-feira (7/9), data em que se comemora o Bicentenário da Independência, foi marcada pelos atos em apoio ao atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e o tom eleitoreiro das manifestações, que se espalharam pelo país. Em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, os eventos viraram palanque de campanha para o chefe de Executivo, que arrastou multidões de apoiadores para as ruas.
Pela manhã, Bolsonaro participou do desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, na capital federal, e discursou para cerca de 1 milhão de apoiadores, segundo a estimativa do Partido Liberal. A PM não divulgou contagem dos presentes. Diferentemente do último ano, o atual mandatário poupou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas falou sobre “trazer para dentro das quatro linhas da Constituição” aqueles que “ousam ficar fora dela”.
À tarde, o presidente partiu para o Rio de Janeiro, onde discursou a apoiadores em cima de um trailer próximo à praia de Copacabana. Ele repetiu frases ditas de manhã e atacou o principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamando o petista de “quadrilheiro” e sugerindo que “deve ser extirpado da vida pública”.
Em São Paulo, a presença de Bolsonaro foi suprida pelo filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), e o ex-ministro e candidato ao governo do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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Assim como em Brasília, na capital paulista e no Rio de Janeiro, órgãos oficiais não divulgaram a estimativa de público.
Veja os destaques dos atos desta quarta-feira:
Brasília
Bolsonaro abriu o dia no desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, a bordo do Rolls Royce. Depois, ele marcou presença em ato político em frente ao Congresso Nacional. Durante aproximadamente dez minutos, o presidente falou em uma suposta “luta do bem contra o mal”, e chegou a citar o STF, apesar de não tecer críticas mais duras.
“Muito feliz em ter ajudado chegar até vocês a verdade. Também ter mostrado para vocês que o conhecimento liberta. Hoje todos sabem quem é o Poder Executivo; todos sabem o que é a Câmara dos Deputados; todos sabem o que é o Senado Federal. E também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal”, assinalou.
Bolsonaro também declarou que a “vontade do povo” se fará presente no primeiro turno das eleições deste ano, no próximo 2 de outubro, e voltou a falar em “jogar dentro das quatro linhas da Constituição”. “Podem ter certeza, é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para dentro das quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora dela”, disse.
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também foi destaque durante o ato da manhã. Ela fez um discurso citando a família e Deus. “Estamos aqui lutando pelo bem maior, que é a nossa família e a nossa liberdade. Estamos aqui lutando por princípios e valores que Deus estabeleceu na terra”, disse a primeira-dama.
Michelle protagonizou momento polêmico durante o discurso do presidente. Na ocasião, ele fez comparações entre a primeira-dama e a esposa do ex-presidente Lula, Rosângela Silva, conhecida como Janja. A fala gerou críticas nas redes sociais. Ele ainda deu um beijão na esposa e puxou um coro de “imbrochável”, termo que já havia usado com apoiadores em outra oportunidade.

Público lotou a Esplanada dos Ministérios enquanto presidente discursava Rafaela Felicciano/Metrópoles

Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada Reprodução/ Redes sociais

Público lotou Esplanada no 7 de Setembro

Jair Bolsonaro discursou após o desfile Deiviane Linhares/ Metrópoles

Helicópteros sobrevoaram a Esplanada dos Ministérios na manhã deste 7 de Setembro Deiviane Linhares/Metrópoles
Rio de Janeiro
Mais tarde, Bolsonaro esteve em Copacabana, no Rio de Janeiro, para as comemorações do Bicentenário da Independência. Sem mencionar Lula nominalmente, seu principal adversário na disputa, o atual chefe do Executivo chamou o petista de “quadrilheiro” e afirmou que “esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública”.
“Não é apenas voltar à cena do crime. Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública”, disse, em referência à declaração feita pela manhã, em Brasília, sobre opositores.
O mandatário do país fez um discurso carregado de críticas à esquerda: “Compare o Brasil com os países da América do Sul, compare com a Venezuela, compare com o que está acontecendo na Argentina e compare com a Nicarágua. Todos são amigos dos brasileiros, e brasileiros que disputam a eleição no Brasil”.
Bolsonaro ainda acrescentou: “Eu peço a vocês que não tentem convencer um esquerdista. Faça o contrário, fale para ele convencer você a ser esquerdista. Vejam os argumentos deles. Não têm argumentos. São cabeças vazias. Pessoas que não têm nada a acrescentar”.

Vista aérea do ato no Rio de Janeiro Reprodução/Instagram

Uma multidão tomou a praia de Copacabana nesta quarta (7/9) Reprodução/Twitter

Presidente discursou para apoiadores Reprodução/Twitter

Fala foi inflamada por críticas ao ex-presidente Lula Reprodução/Twitter
São Paulo
Na capital paulista, quem ditou o ritmo das manifestações foi o filho do presidente e deputado estadual Eduardo Bolsonaro. Durante sua fala, ele criticou supostos “abusos do STF” e chamou o ex-presidente Lula, candidato ao Palácio do Planalto, de “ladrão”.
“Nós somos o povo brasileiro, e a gente não vai permitir que um ladrão cachaceiro volte ao poder. Nós vamos dar resposta agora nas urnas. O presidente Bolsonaro vai ser reeleito e ele vai colocar dois ministros no STF ano que vem”, disse o filho do presidente.
Enquanto Eduardo discursava, os manifestantes gritaram “Lula Ladrão” e “Fora Xandão”. “Não adianta, Alexandre de Moraes, mandar a PF de maneira covarde na porta de empresários que pagam seu salário”, bradou o deputado federal.

Ato do 7 de Setembro na Avenida Paulista Reprodução/CNN

Apoiadores do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista Fábio Vieira/Metrópoles

Reprodução/CNN

Ministros do STF são alvos de críticas Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles
O ato em São Paulo também foi marcado por críticas de bolsonaristas contra o STF, que defenderam intervenção militar. O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, candidato ao governo de São Paulo, também participou do evento e elogiou a participação do público.
“Um presidente acima de tudo brasileiro, que trouxe de volta o verde e amarelo e trouxe de volta os valores da família. A gente hoje está vestindo o verde e amarelo e não é por causa da Copa não. A gente passou usar o verde e amarelo para o nosso dia a dia”, disse Tarcísio de Freitas sobre Jair Bolsonaro.