Goiânia – Pesquisadores detectaram, pela primeira vez, no Brasil, o genótipo cosmopolita do sorotipo 2 do vírus da dengue. O genótipo foi identificado em Aparecida de Goiânia, município da região metropolitana da capital goiana. A linhagem, que é a mais disseminada no mundo e está presente na Ásia, no Oriente Médio e na África, nunca havia sido encontrada no país.
Divulgada na quinta-feira (5/5), a detecção do genótipo da dengue foi liderada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO) e ocorreu no último mês de fevereiro, a partir de uma amostra de um caso de dengue do final de novembro do ano passado.

Maior parte dos focos de dengue são encontrados dentro de domicílios Vinicius Schmidt/Metrópoles

Larvas da dengue em água paradaVinicius Schmidt/Metrópoles

Água parada é ambiente para larvas do mosquito da dengueVinicius Schmidt/Metrópoles

Prefeitura realiza campanha para que população fique atenta a focos da dengueVinicius Schmidt/Metrópoles

Prefeitura realiza trabalho de prevenção em bairro com alto índice de dengue em Goiânia (GO)Vinicius Schmidt/Metrópoles

Moradores devem deixar casas por dez minutos enquanto equipe da prefeitura aplica inseticidaVinicius Schmidt/Metrópoles

Mãe e filho assistem trabalho da prefeitura de Goiânia contra a dengueVinicius Schmidt/Metrópoles

Antigo fumacê já não é usado para evitar dano ambientalVinicius Schmidt/Metrópoles

Goiânia é o município com mais casos de dengue, segundo o Ministério da SaúdeVinicius Schmidt/Metrópoles

Equipe utiliza inseticida com menos dano ambiental para atacar mosquito da dengueVinicius Schmidt/Metrópoles

Região do Jardim Goiás, em Goiânia, recebe equipe da prefeitura contra a dengueVinicius Schmidt/Metrópoles

Morador tampa vias aéreas de inseticida usado para combater dengueVinicius Schmidt/Metrópoles
Conforme boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o estado de Goiás não é só o primeiro com mais casos de dengue no Brasil, como também tem cinco vezes mais casos de dengue a cada 100 mil habitantes que a média nacional.
Preocupação
Para os pesquisadores da Fiocruz, a chegada da cepa ao Brasil preocupa, já que existe a possibilidade da disseminação do sorotipo de forma mais eficiente do que a que circula atualmente no país, a linhagem asiático-americana, também conhecida como genótipo 3 do sorotipo 2.
Porém, de acordo com a equipe, o genótipo encontrado não é a responsável pelo atual surto de dengue em Goiás. Ainda conforme a pesquisa, tudo indica que a cepa foi identificada rapidamente, o que pode ajudar no controle.
Origem
Segundo a Fiocruz, a detecção do sorotipo é o segundo registro oficial desse genótipo nas Américas. O primeiro foi após um surto no Peru, em 2019. As análises feitas no Brasil mostram que a linhagem encontrada é semelhante a dois microrganismos isolados durante o surto registrado na província de Madre de Dios.
Apesar de não ser possível afirmar que o genótipo cosmopolita foi introduzido no Brasil a partir do país vizinho, a suspeito do instituto é de que ele tenha chegado a partir da Ásia, por meio de viagens intercontinentais.
Segundo a Fiocruz, as secretarias municipal e estadual de Saúde e o Ministério da Saúde foram comunicados.
Alerta
Em Goiás, onde as doenças que têm como vetor o aedes aegypti têm assustado esse ano. Os casos tanto de dengue quanto de chikungunya e zika aumentaram de forma impressionante. O estado concentra recordes negativos, figurando como um dos que apresentam maior índice de contaminação e mortes.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) tenta ampliar os alertas em relação aos riscos das doenças e incentivar a adoção de medidas preventivas à disseminação do mosquito. As secretarias municipais também estão desenvolvendo ações para tentar combater os focos de aedes aegypti.
No entanto, como observado até o momento, as medidas ainda não tiveram o efeito esperado.
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