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Antonio Palocci fecha acordo de delação premiada com a PF

O ex-ministro dos governos Lula e Dilma (PT) foi preso em setembro de 2016. Ele cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro

atualizado

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José Cruz/ABR
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1 de 1 1200px-Palocci134936-840×577 - Foto: José Cruz/ABR

O ex-ministro Antonio Palocci assinou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. As negociações para a colaboração vinham ocorrendo desde que o político foi preso, em setembro de 2016. A informação é do jornal O Globo, divulgada nesta quinta-feira (26/4). A expectativa em torno dos depoimentos de Palocci é grande. Assim que a delação for homologada pela Justiça, novas figuras políticas podem responder por corrupção.

Fontes na PF confirmaram que a colaboração premiada do ex-ministro foi acertada entre as partes. O político procurou a corporação após a negociação com o Ministério Público não avançar. PF e MPF travam uma disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre quem pode assinar acordos de colaboração e o modelo a ser utilizado.

O ex-ministro vai falar aos delegados da Lava Jato da Superintendência da PF de Curitiba, onde está preso desde setembro de 2016. Palocci foi detido na 35ª fase da operação, batizada de Omertá, após o delegado Filipe Hille Pace mapear as movimentações da “planilha Italiano” nos dados do departamento de propina da Odebrecht.

Ainda não se tem notícia sobre a abrangência do conteúdo da delação de Palocci. Um dos temas a serem explicados pelo ministro são as contratações por grandes empresas de sua consultoria, a Projeto. Desde o início das investigações contra Palocci, a PF suspeita do uso da empresa para recebimentos de valores provenientes de esquemas de corrupção em órgãos públicos comandados pelo PT, entre eles, a Petrobras.

Relatório da Receita Federal anexado à operação Omertá revelou que o Projeto Consultoria Empresarial e Financeira, empresa de Palocci, recebeu R$ 81,3 milhões de 47 empresas, entre 2006 e 2015. Os valores recebidos são de, ao menos, três bancos, uma holding ligada ao setor farmacêutico, uma empresa de planos de saúde, uma montadora de veículos e uma companhia do setor de alimentos.

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na ação penal sobre a compra de um terreno para o Instituto Lula pela Odebrecht, Palocci incriminou o ex-presidente ao detalhar supostos encontros entre o petista e o empreiteiro Emílio Odebrecht para tratar de vantagens indevidas.

Liberdade negada
No último dia 12, o ex-ministro teve um pedido de liberdade negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em junho de 2017, Antonio Palocci foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 12 anos e dois meses de reclusão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A execução da pena, no entanto, não teve início porque o caso não foi julgado em segunda instância. Ainda assim, a sentença condenatória determinou a manutenção da prisão preventiva. Palocci foi ministro dos governos Lula e Dilma e até a eclosão da Lava Jato era considerado um dos nomes mais fortes do PT. (Com informações da Agência Estado)

 

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