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Acidentes domésticos com crianças aumentam nas férias. Como evitar?

Neuropediatra explica que medidas simples podem impedir acidentes com crianças e adolescentes dentro de casa

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Baby Bleach Kitchen Danger
1 de 1 Baby Bleach Kitchen Danger - Foto: Getty Images

Dezembro e janeiro marcam o período de férias escolares no Brasil e, nessa época, cresce o número de ocorrências de acidentes domésticos envolvendo crianças. De acordo com uma pesquisa da ONG Criança Segura, 38% das mortes por essa motivo acontecem durante as férias.

Estima-se que, em todo país, ocorrem cerca de 200 mil acidentes domésticos por ano com crianças, como queimaduras, quedas e afogamentos. Esse dado se amplia em cerca de 25%, em média, nas férias escolares. Os dados são da Sociedade Brasileira de Pediatria.

De acordo com dados do Ministério de Saúde divulgados pela Revista Crescer, foram registrados cerca de 18 mil atendimentos em crianças e adolescentes pelo SUS (Sistema Único de Saúde) entre março e outubro de 2019.

No mesmo período, em 2020, em decorrência da quarentena e do isolamento social por causa da pandemia, houve um salto para mais de 39 mil: um aumento de 112% de casos de acidentes domésticos.

Atualmente, portanto, essa é a principal causa de morte da população desta faixa etária no Brasil. Entretanto, na opinião de Marcone Oliveira, médico neuropediatra e atuante na área de orientação de pais, 90% desses acidentes podem ser evitados com medidas simples de prevenção.

 Tais soluções envolvem divulgação de informações, mudança de comportamento e no ambiente e implantação de políticas públicas.

Para o especialista, a maioria das prevenções requer medidas simples. A primeira delas é o exemplo, que deve partir dos pais.

“Temos que ensinar, sentar e conversar. Devemos ser exemplos. Às vezes, corrigimos nossos filhos para, por exemplo, não pegar o ferro elétrico quente, e a gente acaba pegando o ferro quente. Então, a primeira medida é o exemplo. Quando ele ver que você está fazendo da maneira correta, também vai fazer”, resume o neuropediatra.

Os cuidados variam de acordo com a idade de cada filho. Na primeira infância, por exemplo, a proteção é passiva: o adulto é o cuidador e precisa saber dos riscos do ambiente que envolve a criança.

É preciso entender a capacidade física e mental de cada faixa etária para que o adulto ofereça condições saudáveis. Trata-se, portanto, de uma questão de prevenção: agir antes que o mal aconteça.

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O cenário muda com o passar dos anos. É na adolescência quando os problemas deixam de estar mais dentro de casa e passam a se concentrar em localidades externas.

Adolescentes têm como característica principal a necessidade de explorar o mundo e se relacionar com outros grupos, diz Oliveira. São impetuosos e mais impulsivos, tornando esportes radicais, por exemplo, um fator de risco.

Entre os principais acidentes domésticos evitáveis estão quedas, afogamento, traumas diversos, e queimaduras com água do banho, mamadeira ou água que cai sobre a criança.

“É importante lembrar de colocar as proteções em tomada, não permitir que a criança fique na cozinha enquanto está cozinhando e evitar instrumentos que possam cair sobre essas crianças”, completa Oliveira. “Não tem que ser uma mãe ou um pai helicóptero, que está sempre sobrevoando e vigiando”, reforça o especialista.

Objetos que produzem faísca e choque ou se conectam na tomada precisam de atenção especial.

“O ferro elétrico deve ter um local fixo na casa e  ser separado logo ao término do uso. Já brinquedos devem estar dentro da faixa etária adequada e apresentar qualidade, sem soltar peças, e devem ser atóxicos”, sugere.

Quanto a deixar a criança em casa sozinha, na visão do neurologista, não há uma idade adequada. É importante que o menor de idade, mesmo o adolescente, sempre tenha um adulto por perto para orientá-lo do risco.

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