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Abrasel apoia medidas restritivas em SP, mas pede “plano de socorro”

Todo o estado entra na fase vermelha do plano de quarentena a partir de sábado. Setor quer que o pagamento de ICMS e IPTU seja prorrogado

atualizado

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Metrópoles/ Fabio Vieira
Protesto em SP pelo fechamento de estabelecimentos
1 de 1 Protesto em SP pelo fechamento de estabelecimentos - Foto: Metrópoles/ Fabio Vieira

São Paulo – A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em São Paulo (Abrasel) diz apoiar as novas medidas restritivas anunciadas nesta quarta-feira (3/3) pelo governo estadual. Segundo o ‎presidente conselho da entidade, Joaquim Saraiva, o setor precisará, entretanto, de incentivos para evitar mais fechamento de estabelecimentos durante o período de quarentena mais rígida.

Após o estado bater recordes de mortes e internações por Covid-19, a gestão João Doria decidiu colocar todas as regiões na fase vermelha, a mais restritiva do plano de quarentena, a partir de sábado (6/3). Com a medida, que permanecerá em vigor até o dia 19 de março, bares e restaurantes só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru e pedidos por telefone ou internet.

“Nessa fase, nós vamos colaborar com o governo. Vamos respeitar a fase a vermelha, mas sabemos que vamos passar por um período muito difícil e gostaríamos que, paralelamente, os governos estudassem mecanismos de auxílio para o setor evitar mais falências e desemprego”, disse Saraiva ao Metrópoles.

A entidade cobra a elaboração de um “plano de socorro” aos bares e restaurantes, com a prorrogação do recolhimento do ICMS, pelo estado, e do IPTU, da prefeitura, e o pagamento desses impostos sem juros e correção.

Água e luz

Além disso, Joaquim Saraiva quer um auxílio para que os estabelecimentos possam honrar contas de água e de luz. “Uma vez zerando o faturamento dos bares e restaurantes, vai ser difícil honrar esses pagamentos porque também existem as duplicatas dos fornecedores e folha de pagamento dos funcionário”, afirma.

Saraiva também pede ao governo federal a volta de medidas como a flexibilização da jornada e a suspensão de contratos de trabalho. “Foi o que salvou praticamente todas as empresas. O avanço da Covid-19 atingiu São Paulo, mas temos no noticiário que são todos os estados brasileiros”, afirmou.

Segundo o presidente do conselho da Abrasel-SP, 40% dos estabelecimentos do setor fecharam as portas no estado de São Paulo desde o início da pandemia. “Se esse período (de fase vermelha) durar muito mais tempo, vamos pular rapidamente para 80% das empresas. Daqui para frente, não há mais dinheiro, sem faturamento, que possa cobrir despesas”, afirmou.

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Donos de bares e restaurantes vinham realizando protestos, com o apoio da associação, contra medidas restritivas adotadas pelo governador João Doria. Mas Saraiva destacou que o momento agora é de seguir as novas medidas devido ao aumento expressivo de casos de Covid-19 no estado e o surgimento de novas variantes.

“Não queremos sofrer lá na frente e não queremos mais esse abre e fecha que só tem dado prejuízo. E também percebemos que os números estão muito altos, vieram uma segunda onda e as variantes. Vamos colaborar com o governo e gostaríamos muito que ele também combatesse as festas clandestinas”, justificou.

O que diz o governo

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico respondeu, em nota, que o objetivo do governo é “salvar vidas”. Ainda, reforçou a liberação de cerca de R$ 2 bilhões em créditos para empreendedores. Confira abaixo a íntegra:

“O Governo de São Paulo informa que diante do atual cenário de aumento alarmante de casos, internações e mortes causadas pelo coronavírus os 645 municípios do estado regridem para a fase vermelha do Plano São Paulo a partir deste sábado (6). Reforça também que atua com plena responsabilidade e transparência no combate e controle do coronavírus, sempre amparado pela ciência com o objetivo de salvar vidas.

O setor de restaurantes pode operar com sistema de delivery, drive-thru e retirada. O Plano SP é respaldado por critérios técnicos, análises e pareceres do Centro de Contingência para permitir, de forma consciente e gradual, a retomada das atividades econômicas dos setores. Avança quando possível e retrocede quando necessário.

Ressalta que, até o momento, já desembolsou quase R$ 2 bilhões de crédito pela Desenvolve SP, Banco do Povo e Sebrae para auxiliar empreendedores a atravessarem a crise. Além disso, neste ano, liberou mais R$ 125 milhões de crédito via Banco do Povo e Desenvolve SP para empreendedores.

Os critérios e a metodologia do plano estão disponíveis e podem ser consultados no site.”

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