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O senador Marcos do Val vale tanto quanto uma nota de 3 reais

De denunciante de um crime a investigado por outro

atualizado

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Daniela Santos/Metrópoles
Marcos do Val deixa sede da PF bolsonarista
1 de 1 Marcos do Val deixa sede da PF bolsonarista - Foto: Daniela Santos/Metrópoles

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) vale tanto quanto uma nota de 3 reais. A maioria dos seus colegas sabe, talvez a maioria dos seus eleitores não, mas nada impede que venha a saber um dia.

Não há bolsonaristas que ainda acreditam em Bolsonaro apesar do que ele fez e deixou de fazer nos últimos 4 anos? É assim mesmo, e pior na era das bolhas. Um dia a ficha cairá.

Em menos de 24 horas, Do Val passou da condição de denunciante de um escândalo a de investigado, e logo por quem – por Alexandre de Moraes, o xerife da República. Moraes não perdoa.

Exagero. É só consultar os votos que o ministro dá no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral para ver que ele perdoa, sim, quando acha que é o caso.

Do Val contou à revista Veja que foi convidado em dezembro último para uma reunião com Bolsonaro e o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) no Palácio do Alvorada.

E que, ali, recebeu a proposta de grampear Moraes. A ideia: que extraísse de Moraes alguma declaração que o tornasse suspeito de jogar fora das quatro linhas da Constituição.

Se conseguisse, salvaria o país de ser governado por Lula. Estava pronta a minuta do golpe para anular as eleições passadas, intervir na Justiça Eleitoral e prender Moraes e outros ministros.

Acontece que depois do que disse à Veja, Do Val, em entrevistas a outros veículos de imprensa, apresentou pelo menos outras três versões da mesma história, com diferenças substanciais entre elas.

Na primeira, o convite para o encontro no Alvorada partiu de Bolsonaro. Na segunda e na terceira, Bolsonaro sumiu como autor do convite. Na primeira, Bolsonaro falou durante o encontro.

Teria chegado a dizer que a Agência Brasileira de Informações, o serviço secreto do governo, ajudaria Do Val na tarefa de grampear Moraes. Nas versões seguintes, Bolsonaro ficou calado.

Limitou-se, no fim, a dizer que esperaria uma resposta de Do Val, que pediu tempo para refletir sobre a proposta. O senador disse que procurou uma vez Moraes e que lhe contou tudo.

Agora, diz que esteve com ele duas vezes. Como prova, exibe uma mensagem enviada pelo celular ao ministro. A mensagem não prova que ele se reuniu duas vezes com Moraes.

O que levaria um bolsonarista raiz, que apoiou a tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro, que visitou golpistas presos, a detonar Bolsonaro? O que se esconde por trás disso?

O encontro no Alvorada ocorreu. Nem Bolsonaro nega. O mais está para ser confirmado ou não. Aguardemos os próximos capítulos.

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