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O que o futuro reserva depois da rendição do Exército a Bolsonaro

Se derrotado na eleição do ano que vem, o presidente tentará melar o resultado. Só então se saberá de que lado ficarão os militares

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro durante enentos com militares brasileiro
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro durante enentos com militares brasileiro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Está tudo dominado pelo presidente Jair Bolsonaro. O Congresso, no bolso dele. A Receita Federal, a Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência e a Procuradoria-Geral da República, sob seu estrito controle. Faltava render-se o Exército, não falta mais.

Resta o Supremo Tribunal Federal onde, a partir do julho, dois dos seus 11 ministros terão sido indicados por Bolsonaro. Caso ele vença a eleição presidencial do ano que vem, a bancada bolsonarista no Supremo passará a contar com quatro ministros.

Ela engordará também nos demais tribunais superiores e no comando de universidades. Será bom preparar-se para a hipótese de que Bolsonaro eleja seu sucessor. Lula não se elegeu, elegeu Dilma e a reelegeu? O PT governou o país por quase 13 anos.

Quando era apenas candidato a suceder o presidente José Sarney em 1989, Fernando Collor comentou com amigos: “Se ganharmos a eleição, mandaremos no país durante 20 anos”. À época, o mandato presidencial era de quatro anos e não havia reeleição.

No plano de Collor, ele elegeria seu sucessor e o Congresso, em seguida, substituiria o presidencialismo pelo parlamentarismo como regime de governo. Na eleição seguinte, ele, Collor, se elegeria deputado e assumiria o cargo de primeiro-ministro.

Então ajudaria o presidente, a essa altura uma figura decorativa, a reeleger-se, e poderia na próxima eleição vir a sucedê-lo. Era um plano maluco? Jamais se saberá. Collor teve seu mandato cassado por corrupção. Governou por dois anos e seis meses.

A rendição do Exército a Bolsonaro é definitiva? Ao não punir o general Eduardo Pazuello, que compareceu a uma manifestação político-partidária, o Exército antecipou seu voto em Bolsonaro nas eleições do ano que vem? Ou é uma rendição temporária?

O amanhã a Deus pertence, para quem acredita nele. O Exército votou em Bolsonaro em 2018 para impedir a volta da esquerda ao poder. Votará outra vez, só não se sabe de forma mais ou menos massiva. Mas o que fará se ele for derrotado?

Donald Trump quis dar um golpe para permanecer no poder. Vencido, entrincheirou-se na Casa Branca e disse que houve fraude. O Partido Republicano, até hoje, repete que a eleição foi fraudada e se mexe para fraudar as eleições legislativas de 2022.

Bolsonaro não tem partido para lhe fazer coro se perder, mas tem fardados da ativa e da reserva, milicianos armados, policiais militares, caminhoneiros, garimpeiros e ruralistas, fiéis devotos capazes de sair em sua defesa; uma tropa que só admite a vitória.

Se perder por uma diferença larga, ficará difícil para ele melar o resultado. Se a diferença for pequena, o país enfrentará o pior dos cenários imagináveis. E a posição do Exército, seja como instituição do Estado ou de aliado do presidente, fará a diferença.

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