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Generais comunistas e presidente desaparecido são coisas nossas

No país da jabuticaba, tudo é possível

atualizado

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Reprodução/ Comando do Nordeste
Novo comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, fala em evento militar cercado de outras autoridades da força. Ele fala em púlpito diante de microfone - Metrópoles
1 de 1 Novo comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, fala em evento militar cercado de outras autoridades da força. Ele fala em púlpito diante de microfone - Metrópoles - Foto: Reprodução/ Comando do Nordeste

O país que considera a jabuticaba uma fruta nativa, quando ela não é, acaba de inventar duas novas jabuticabas: generais comunistas e presidente desaparecido. Desaparecido, não, que se sabe onde ele está. Presidente incógnito, mudo, com erisipela, na prática demissionário, embora lhe restem 42 dias de mandato.

Não é pouca jabuticaba. Convivemos mais de ano com outra jabuticaba – o golpe alardeado em jornais, rádio, televisão, redes sociais, com direito à discussão em mesas-redondas. A dúvida era se seria um golpe preventivo ou reparador; se aconteceria antes do primeiro turno das eleições, depois do segundo ou no intervalo.

O golpe preventivo evitaria o anúncio da derrota de Bolsonaro; o outro repararia o estrago da derrota. Antigamente, golpe era tratado com seriedade, às escondidas e negado até o fim. Não se falava a respeito. Havia senhas e contra senhas para que se pudesse falar dele. Como vimos, virou uma esculhambação.

Agora, o comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, enviou uma mensagem aos seus subordinados alertando-os sobre notícias que classificam como “melancias” generais do Alto Comando. Melancia é verde e amarela por fora, vermelha por dentro. Oficial melancia seria o que já aceitou a vitória de Lula.

Trecho da nota oficial:

“Ao tentarem de forma anônima e covarde disseminar desinformação no seio da Força e da sociedade, esses grupos ou indivíduos atestam a sua falta de ética e de profissionalismo. O Exército permanece coeso e unido, sempre em suas missões constitucionais, tendo na hierarquia e disciplina o amálgama que o torna respeitado pelo povo brasileiro, seu fiador”.

Os oficiais citados: Valério Stumpf, chefe do Estado-Maior do Exército; os comandantes militares do Sudeste (Tomás Miné Ribeiro de Paiva), do Leste (André Luiz Novais) e do Nordeste (Richard Nunes); e o general Guido Amin, do Departamento de Ciência e Tecnologia. Que grupos cometeram tal infâmia?

A nota não os identifica. Mas logo nas redes bolsonaristas foram responsabilizados os “esquerdistas”, interessados em intrigá-los com os militares que tão generosamente acolheram à porta dos quartéis os baderneiros que clamam por uma intervenção para anular os resultados das últimas eleições. Não todos os resultados.

No primeiro turno foram eleitos deputados estaduais, federais, governadores e senadores. Com esses, tudo ok. No segundo, governadores que não conseguiram se eleger no primeiro – com esses, também tudo ok. É para anular apenas os resultados da eleição presidencial no segundo turno.

Convenhamos: é um pedido modesto e realista.

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