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O touro pelos chifres (por Mirian Guaraciaba)

O agronegócio é poderoso. Há pessoas que pensam no País. Mas é preciso dobrar a espinha político-ideológica de parte deles

atualizado

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Fabio Vieira/Metrópoles
bolsonaro discursa na agrishow
1 de 1 bolsonaro discursa na agrishow - Foto: Fabio Vieira/Metrópoles

A “Agrishow” começou ontem, em Ribeirão Preto, com o fantasma negacionista pendurado num trator, ovacionado por empresários do agronegócio. À parte negócios de fato concretizados, e a maior feira do setor agropecuário da América Latina, e a segunda do mundo, sempre serviu de cenário para conservadores extremistas. Dessa vez, tentaram até fazer reverência com o chapéu alheio.

Deu ruim. Perderam o patrocínio do Banco do Brasil, ao desconvidarem o ministro da Agricultura de Lula, Carlos Fávaro, e montarem palanque para o Capitão. Cinicos. A grana do BB promoveria o discurso odioso e odiento de Bolsonaro. Quatro meses depois de fugir do Brasil, o sujeito condenou a demarcação de terras indígenas e a simples existência do MST. Insuflou, destilou veneno.

O corte do patrocínio do Banco do Brasil é insignificante diante do estrago que Bolsonaro ainda pode fazer contra o Brasil. Ele está vivinho da Silva. Em seu português sofrível, gastou 7 minutos para estimular os mais raivosos, muitos armados até os dentes, contra qualquer “ameaça” aos seus negócios bilionários.

Não há de se temer Bolsonaro. O medo paralisa, não é bom conselheiro. Mas o governo deve estar atento para a guerra insana fomentada incessantemente pela extrema direita. A Agrishow pode ser um bom indicador do que está sendo incubado, do que vem por aí.

O agronegócio é extremamente importante para o País. Há muita gente séria no setor. Mas é preciso dobrar a espinha político-ideológica de parte deles. Responsável por mais de 25% do nosso Produto Interno Bruto, tornou o Brasil o terceiro maior produtor de alimentos e tecnologia agrícola em todo o mundo. Em 1977, segundo a Embrapa, o País produzia 46 milhões de toneladas de grãos. Hoje, são mais de 300 milhões.

O blog Fieldview especializado em agronegócios, mostra que hoje o setor é responsável por 52,2% das exportações brasileiras. Vejam só o sucesso do agronegócio. O País, sem dúvida, se consolidou como terceiro maior produtor de alimentos do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos. Não pode perder essa posição, nem ficar na mão de alguns ruralistas ensandecidos.

Lula deve pegar o touro pelos chifres. O agronegócio é poderoso. Há pessoas que pensam no País. À direita ou à esquerda, a luta não é unicamente politico-eleitoral. Os produtores comprometidos tem que mirar não apenas com o PIB, mas milhões de brasileiros que passam fome. A era do faquir exportador já passou.

JOGO SUJO DAS BIG TECHS

As gigantes da tecnologia usaram suas plataformas para atacar de forma criminosa o PL 2630. O GOOGLE postou em sua home “O PL das fake news  pode piorar sua internet”. Mentira. As reações vieram do Ministro Flávio Dino, que mandou apurar o crime, a influencers como Felipe Neto (17 milhões de seguidores só no Twitter): “Depois de ver tudo que Google, Twitter, Facebook, Youtube e Tiktok estão fazendo sobre o PL 2630… Censura, impulsionamento de posts, publicação de fakenews, desinformação. Vc re almente acha q eles querem mais DEBATE?”.

 

Mirian Guaraciaba  é jornalista 

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