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Crime eleitoral com fardas e festa (por Mary Zaidan)

Em um país institucionalmente maduro, Bolsonaro teria sua candidatura barrada

atualizado

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Record News
Bolsonaro-Rio-de-Janeiro (2)
1 de 1 Bolsonaro-Rio-de-Janeiro (2) - Foto: Record News

Misturar ato de governo com campanha eleitoral fere acintosamente a lei. Mas nada deve acontecer ao presidente Jair Bolsonaro, um falso patriota que só reconhece como brasileiros aqueles que o apoiam. Sem punição, ele ganha anistia prévia para abusos futuros.

Fosse o Brasil um país institucionalmente maduro, Bolsonaro teria sua candidatura barrada por usar o 7 de Setembro e as festividades do Bicentenário da Independência, pagas com o nosso dinheiro, em benefício próprio. Mas por aqui, isso nem é cogitado. Se passa pela cabeça é logo descartado sob o “risco” de provocar uma convulsão bolsonarista.

Assim, de ameaça em ameaça, de abuso em abuso, de medo em medo, Bolsonaro foi tecendo sua rede de proteção.

No 7 de Setembro do ano passado, bastou uma cartinha redigida pelo ex Michel Temer para impedir as necessárias punições aos desvarios do presidente. Isso depois de ele ameaçar descumprir determinações judiciais, enxovalhar o STF e xingar de canalha o ministro Alexandre de Moraes.

Perdoado, foi aumentando gradativamente o tom.

Ampliou a criminosa desconfiança no sistema eleitoral, desacreditando as urnas eletrônicas – as mesmas que o elegeram à Presidência e a sucessivos mandatos parlamentares. Prometeu ao aliado Arthur Lira, presidente da Câmara e engavetador de quase 150 pedidos de impeachment, que aceitaria a decisão do Congresso sobre o voto impresso. Jura vazia.

Com altos salários e benesses adicionais para a turma de cima das Forças Armadas, Bolsonaro atraiu os comandantes militares para a ilegalidade. Ao ponto de cancelarem o tradicional desfile no Centro do Rio e se postarem ao lado do chefe, de farda de gala, no palanque eleitoral do Dia da Independência. De cócoras, traíram a Constituição e a pátria que juraram defender.

Diante de tensões elevadas, o país respirou aliviado pelo tom mais manso adotado por Bolsonaro nos palanques de Brasília e do Rio. Digeridos os absurdos e todas as ilegalidades, mais uma vez ele se verá liberado para preparar o próximo lance, certo de que não será incomodado – talvez a negação de um provável resultado adverso em 2 de outubro. Tomara que não seja tarde demais para enquadrá-lo.

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