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Um ano repleto de leituras. Equipe do “Metrópoles” dá dicas de livros para curtir em qualquer estação

Se uma de suas resoluções de ano novo é “ler mais”, pode ter certeza de que você não está sozinho. As rotinas atribuladas muitas vezes nos afastam dos prazeres da leitura e voltar a cultivar o hábito pode ser trabalhoso. Pensando nisso, a equipe do Metrópoles organizou uma lista de títulos para aproveitar as horas vagas. Seja […]

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Leitura
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Se uma de suas resoluções de ano novo é “ler mais”, pode ter certeza de que você não está sozinho. As rotinas atribuladas muitas vezes nos afastam dos prazeres da leitura e voltar a cultivar o hábito pode ser trabalhoso.

Pensando nisso, a equipe do Metrópoles organizou uma lista de títulos para aproveitar as horas vagas. Seja no clube, com um belo sol, ou em uma deliciosa tarde chuvosa de domingo, as obras selecionadas contemplam gêneros diversos, autores consagrados, biografias emocionantes ou deliciosas ficções. Aproveite.

 

 

Olívia Meireles
Minha Fama de Mau – Erasmo Carlos

Existem vários livros que contam a história da Jovem Guarda e dos meninos da Tijuca — Tim Maia, Roberto Carlos e Jorge Ben Jor –, mas poucos são tão divertidos quanto a autobiografia de Erasmo Carlos.

O cantor relata a história da sua vida em pequenas crônicas, sem respeitar qualquer ordem cronológica ou sem se importar com a veracidade dos fatos. Mas ele nem precisa. É bem provável que o leitor vai dar boas gargalhadas em voz alta até chegar a conclusão que Erasmo é o homem mais cool do Brasil. Viva o rock ‘n’ roll!

 

 

 

Leilane Menezes
Travessuras da Menina Má – Mario Vargas Llosa

Em meio a eventos históricos, o peruano Mario Vargas Llosa constrói a narrativa de um amor nada convencional com reviravoltas que dão ao livro um ritmo cinematográfico. Impossível não querer saber o desfecho do romance entre Ricardo Somocurcio, um garoto tímido diante do primeiro amor, e Lily (ou Otília), ousada, aventureira e, às vezes, indiferente.

Aos poucos, o leitor decifra os mistérios da moça, a “chilenita” como é chamada no decorrer das linhas, que troca de nome e de marido algumas vezes. A personagem feminina intrigante e de múltiplas facetas, por si só, justificaria a leitura. Mas é da junção do improvável casal que surge uma história nada clichê, que fala, entre outras coisas, sobre o amor em sua versão mais arrebatadora. A obra ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2010.

 

Paulo Lannes
Mrs. Dalloway – Virginia Woolf

Ambientado na Londres dos anos 1920, a escritora Virginia Woolf realiza um poético passeio durante um único dia na vida de Clarissa Dalloway.

O leitor que acha, à princípio, se tratar de um enredo simples, logo se surpreende pela escrita bem trabalhada da autora, mais tarde reconhecida por inaugurar o romance “fluxo de consciência”. Isso decorre da transcrição dos pensamentos que acometem os personagens e que permeiam a vida de Clarissa ao longo da obra. Cada frase passa a valer como um monumento ao sentimento humano, desses que temos vergonha de revelar no nosso dia a dia. Um livro atemporal.

 

Edson Caldeira
Marilyn Últimas Sessões – Michel Schneider

Adquiri esse livro há quase uma década até hoje ela tem um significado muito especial para mim. Na obra, o autor faz uma mistura entre realidade e ficção ao falar sobre a relação de dependência que Marilyn Monroe teve com a psicanálise, mais precisamente com a figura de Ralph Greenson, profissional que cuidou dela em seus últimos anos de sua vida.

O livro traz alguns flashbacks na história de Monroe e explica, em linguagem que se assemelha a roteiro de cinema, alguns dos motivos que levaram a atriz ser tão fragilizada. O autor conta também sobre o turbulento relacionamento dela com os estúdios de cinema, os divórcios e o vício em barbitúricos.

Mas no livro, acima de tudo, podemos ver quem é Norma Jeane Baker, que mais tarde viria a se tornar o mito Marilyn Monroe, uma garota criada em orfanatos, que apenas desejava ser amada e, apesar de suas inseguranças, sempre quis dar apenas o seu melhor.

 

 

Arthur H. Herdy
Morte no Nilo – Agatha Christie

Foi com a inglesa Agatha Christie que deixei de lado os livros de criança. Já admirador de um bom suspense no cinema, transportei essa paixão da tela grande para o mundo das letras. Os mistérios criados pela Dama do Crime foram responsáveis não só pela minha estreia na literatura adulta como também me acompanham até hoje. É com Agatha Christie que me pego quando quero descansar a mente e, ao mesmo tempo, não desgrudar de um livro. Escolho “Morte no Nilo”, o primeiro dela que li na vida, para recomendar.

Vamos ao enredo. Assim como “Assassinato no Expresso do Oriente”, o mais famoso romance da autora, os personagens também estão confinados. Desta vez, ao invés do trem mais famoso da Europa, eles se encontram em uma embarcação no meio do rio Nilo, no Egito, durante grande parte da narrativa.

É lá que acontece o assassinato de Linnet Ridgeway, uma jovem milionária. Também de gaiatos no navio estão os principais suspeitos de cometer o crime — Simon Doyle, o marido da ricaça, Jacqueline de Bellefort, ex-melhor amiga da falecida e ex-namorada de Doyle, dentre outros personagens que coincidentemente também tinham alguma coisa contra ela. O assassino (ou assassinos?) só não contava com a presença de um ilustre investigador belga entre eles: Hercule Poirot, um dos mais famosos detetives da ficção.

Publicado na década de 1930, o livro virou filme em 1978 com elenco estelar. Peter Ustinov, Mia Farrow, Jane Birkin, Olivia Hussey, Angela Lansbury, David Niven, Maggie Smith e Bette Davis são destaques na película.

 

Marina Carlos
Um Dia – David Nicholls

Era 1988, noite de formatura em uma universidade inglesa, quando Dexter Mayhew e Emma Morley se conheceram. Desde então, eles trilharam caminhos diferentes, anos se passaram e eles passaram a viver longe um do outro, incapazes, no entanto, de esquecer o sentimento que começou naquela ocasião.

Ao longo de 20 anos, “Um Dia” narra flashes da vida dos dois a cada 15 de julho, efeméride cercada de mistérios em que eles precisam acertar as contas de um amor nunca esquecido. A obra virou filme em 2011 com Anne Hathaway e Jim Sturgess.

 

Maíra de Deus Brito
Hibisco Roxo – Chimamanda Ngozi Adichie

“Hibisco Roxo” é uma das obras mais interessantes de Chimamanda Ngozi Adichie, escritora nigeriana famosa pelos livros “Meio Sol Amarelo” e “Americanah”, além da palestra “O perigo de uma única história”, no TED. Pouco conhecida do público, a obra narra a vida adolescente Kambili, oprimida pelo machismo e pela religiosidade branca e católica imposta pelo pai.

A todo tempo, a tradição nigeriana vem à tona no enredo, deixando ao leitor o questionamento sobre a valorização da cultura africana e negra no mundo.

 

Carolina Samorano
No Ar Rarefeito – Jon Krakauer 

Comecei a ler “No Ar Rarefeito” depois de ver o filme “Evereste”, lançado em 2014, sobre uma tempestade na montanha que tirou a vida de 12 alpinistas em 1996, muitos deles escaladores bastante experientes.

O livro, do jornalista Jon Krakauer (também autor de “Na natureza selvagem”!), é um relato em primeira pessoa do que aconteceu naquela temporada. À trabalho, ele foi mandado por uma revista para fazer uma reportagem sobre a comercialização da escalada ao Everest, mostrando as agências que transformam o desafio natural em atração turística. Krakauer acabou como testemunha de uma das maiores catástrofes acontecidas na montanha.

A maneira como o autor introduz os personagens — seus colegas de escalada –, bem como o enredo por si só, são emocionantes. Mas o melhor da obra é que, mais do que um relato sobre chegar ao topo da montanha mais alta do mundo, ela trata também sobre ambições, sonhos e relações humanas.

É chocante ver como, diante do perigo, o instinto de salvar a própria vida expõe o que há de mais egoísta em cada um de nós. Também é incrível perceber a pequenez do homem diante do poder da natureza. O livro repercutiu no mundo inteiro e outros sobreviventes aproveitaram o ensejo para publicarem suas próprias versões da história, contestando o relato original de Krakauer.

É uma leitura fácil e cheia de adrenalina.

 

Rafaela Lima
A Elegância do Ouriço – Muriel Barbery

A narrativa deste livro de título curioso se passa em um luxuoso prédio de Paris (com um início desse, como não amar?). É dentro de um elegante edifício – e quase sem sair dele – que uma zeladora de meia-idade e uma rica adolescente conduzem o texto.

Entre capítulos alternados, vemos a realidade sob os dois pontos de vista. Renée é a zeladora ranzinza que resguarda uma mulher inquieta, de gosto refinado, apaixonada por literatura e artes. Já Paloma — a menina de 12 anos que vive no mesmo edifício — cresceu em um dos grandes apartamentos do endereço. Caçula, a garota planeja se suicidar no próximo aniversário, a não ser que encontre o sentido da vida.

Diferentes entre si, essas duas mulheres incomuns acabam se encontrando em argumentos filosóficos, poemas e numa constante sensação de inquietude.

“A Elegância do Ouriço” vibra na velocidade do raciocínio das personagens: é veloz, sagaz, ofegante. Vale cada página!

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