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Após 10 meses, polícia prende na Bahia suspeito de matar Cevilha

Macsuel é acusado de assassinar com uma facada no peito a mulher condenada por raptar um bebê

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Cevilha Moreira dos Santos
1 de 1 Cevilha Moreira dos Santos - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Após 10 meses de investigação, a 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) prendeu o homem acusado pelo feminicídio de Cevilha Moreira dos Santos (foto em destaque), 45 anos. Ele foi encontrado em Alto Bonito, no sábado (18/01/2020), no município de Presidente Dutra (BA), e trazido nesse domingo (19/01/2020) para o Distrito Federal.

A prisão foi feita por policiais da 13ª DP, da 26ª DP (Samambaia Norte) e da Polícia Militar da Bahia. Macsuel dos Santos Silva, 35, estava na casa de parentes.

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Sem confirmar o nome, a polícia informou que os investigadores seguiram o suspeito até o endereço de familiares no município baiano. O homem não ofereceu resistência. Durante interrogatório, ele preferiu permanecer em silêncio e não se pronunciou sobre as acusações.

Segundo a delegada-chefe adjunta 13ª DP, Agatha Braga, Macsuel foi conduzido para a Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP). “Esse tipo de prisão tem a importância de conscientizar a sociedade. Não há impunidade. A violência contra a mulher não pode ser tolerada”, ressaltou.

Histórico

Em junho de 2017, Cevilha foi acusada de cometer um crime grave. Ela pegou um bebê em uma agência de emprego no Conic, no Setor de Diversões Sul, e acabou presa e condenada. Quase dois anos depois, na madrugada de 11 de março de 2019, a mulher foi encontrada morta em sua própria casa, em Sobradinho.

O crime ocorreu na residência onde ela vivia com o companheiro. Macsuel não tinha antecedentes criminais.

Segundo a PCDF, a vítima apresentava marca de facada no peito, sangue na boca e no nariz, e estava com a língua inchada quando foi encontrada. Vizinhos da quitinete onde o casal morava, na Quadra 5, ouviram barulho de briga no imóvel pouco antes do assassinato.

Segundo a segurança Márcia Ribeiro, 50, vizinha de Cevilha, a mulher e o companheiro se mudaram para o lote subdividido em residências pouco antes do crime. Desde então, não haviam interagido com ninguém.

Em 2019, o Metrópoles iniciou um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal são contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país. Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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