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Chapada dos Parecis: mergulhe nas águas verdes e na cultura indígena

Na série Chapadas Brasileiras, conheça as belezas guardadas por povos indígenas que apresentam aos visitantes seus ritos, ritmos e costumes

atualizado

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Junior Silgueiro/ GCOM-MT

É na riqueza étnica que se preserva um dos maiores atrativos do destino de águas verde-esmeralda. Na porta de entrada para viver uma imersão na cultura dos povos indígenas da etnia dos parecis, que emprestaram o nome à enorme formação rochosa, a natureza abraça um pequeno paraíso em meio às terras agrícolas que dominam o estado do Mato Grosso.

As cachoeiras imponentes, trilhas bem preservadas em meio à rica biodiversidade da fauna e da flora — típicas do encontro entre o Cerrado e a Floresta Amazônica — e os rios de água cristalina, que refletem a natureza e adquirem vários tons de acordo com a hora do dia, capturam o olhar. Mas é o etnoturismo que transforma a região de Campo Novo do Parecis um destino imperdível para o turismo brasileiro.

Na série Chapadas Brasileiras, o Metrópoles te apresenta os encantos dos mosaicos que emolduram paisagens rochosas em território verde-amarelo. Cada uma com suas particularidades, mas extremamente ricas em belezas naturais, as chapadas são imperdíveis para os amantes de turismo de aventura e proporcionam uma experiência de conexão com a natureza singular.

A Chapada mato-grossense é o berço de mais de 12 aldeias de povos indígenas, das quais cinco estão de portas abertas para receber turistas. Cada uma, à sua maneira, oferece um tipo de experiência — acordada com a comunidade como um todo, em um formato normatizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

O destino é guardado por mais de 12 aldeias

Mais que uma imersão cultural, a experiência representa despir-se dos estigmas, preconceitos e valores arraigados, para abrir caminhos para conhecer a riqueza das tradições, rituais de passagem, canções, artes da guerra, representações artísticas, técnicas agrícolas e artesanato, típicas da mistura de etnias.

“Nosso maior diferencial, sem dúvida, é a vivência indígena. A experiência é fundamental para que os viajantes entendam que os povos são diferentes. Por exemplo, nem todos chamam suas casas de ‘ocas’. Existe uma multiplicidade de línguas e costumes, o que conseguimos tornar mais palpável nas visitas”, conta o guia de turismo João Ricardo Bispo.

O turismólogo mato-grossense é dono da CNP turismo, que guia viajantes pelas atrações da Chapada. A experiência traz também um retorno turístico para a comunidade, que promove uma volta à simplicidade da infância.

Tomar banho de rio, brincar de arco-e-flecha, dormir sobre a luz do luar e fazer o próprio jantar, ouvindo histórias épicas ao redor da fogueira. “Explicamos também a parte histórica, um grande diferencial da experiência, que é uma verdadeira imersão cultural”, explica.

Como chegar?

A cidade Campo Novo do Parecis, porta de entrada para o roteiro turístico na região, fica a quase 400 km de Cuiabá. A forma mais confortável e autônoma de chegar até o destino é descer no aeroporto da capital do Mato Grosso e, de lá, alugar um carro. O trajeto também pode ser feito de ônibus.

Há ainda alternativas oferecidas por agências de turismo que vendem pacotes para a região, além de oferecer opções com hospedagem, restaurantes e demais passeios.

Melhor época para visitar

Assim como em outros destinos de aventura, a época da seca é a melhor opção para quem deseja conhecer as águas cristalinas do lugar. Em Campo Novo, o período dura entre os meses de maio a junho — mas quem quiser conhecer a imensidão das plantações de girassol e algodão deve se programar para ir entre abril e maio, de acordo com João Ricardo.

Para incluir no roteiro

O que torna a experiência na Chapada dos Parecis tão singular é a imersão no caldeirão de culturas de origem indígena. Boa parte dos encantos da região se abriga na área das aldeias, que deve aos habitantes nativos tamanho nível de preservação e abundância.

Das 12 aldeias em Campo Novo, cinco participam do programa de visitação turística normatizado em parceria com a Funai. Cada uma, à sua maneira, oferece uma experiência — algumas trazem os visitantes para conhecer seus ritos, ritmos e crenças, enquanto outras apenas abrem as portas das exuberantes cachoeiras.

  • Utiariti e Salto Belo

Entre os maiores atrativos turísticos figuram as vizinhas Utiariti e Salto Belo, que ficam a cerca de 15 km de distância uma da outra. A primeira, com quase 100 metros de altura, é acessível por uma trilha a partir da aldeia indígena de mesmo nome. Quem quiser aproveitar a vista pode conhecê-la em um mirante acessível por trilha íngreme, em um ponto frente à frente com as águas. No fim da trilha, há ainda uma caverna esculpida pelo tempo.

A cachoeira Salto Belo é uma queda menor, de 45 metros de altura, porém também belíssima. Por lá, praticantes de esportes radicais aproveitam o movimento das águas para praticar caiaque extremo e rapel, em cerca de 5 minutos de pura adrenalina na descida.

  • Balneário Rio Verde

O balneário particular chama atenção pela piscina natural com águas verde-esmeralda, trilhas e espaços para prática de mergulho e rafting. Um dos atrativos campeões é o passeio de barco, que leva por uma visita pelos braços estreitos do rio com direito a parada em uma pequena cascata e em um ponto de mais de 6 metros de profundidade, porém com águas cristalinas.

O lugar é bem conhecido entre os moradores da região — por isso, costuma estar bem cheio aos finais de semana — e conta com área de camping, chalés, restaurante, playground e quiosques com churrasqueiras.

  • Quatro Cachoeiras

Dentro da aldeia Quatro Cachoeiras, um complexo de quatro quedas paralelas do Rio Verde, emoldurado pela mata, pode ser acessado por uma trilha de pouca dificuldade. No caminho, o visitante pode aproveitar a vista em dois mirantes de contemplação.

O “point” também é bastante frequentado pelas crianças indígenas da aldeia, que adoram se refrescar nas águas do rio. Uma das árvores foi batizada de “pé de menino” por ficar na beirada da água e servir como um trampolim de onde os pequenos sobem e saltam nas águas.

  • Campos de girassóis

Em um estado marcado pelo agronegócio, os campos de girassóis que circundam a região também imprimem bastante charme e tornam a paisagem ainda mais instagramável. Os campos altos da flor solar, que atingem seu auge entre os meses de abril e maio, se espalham pela rodovia, colorindo o olhar de quem passa por ali.

Dicas de Hospedagem

A pequena cidade ainda reúne poucas alternativas de hospedagem, mas as cerca de 14 alternativas que existem por lá são bastante aconchegantes. Entre os destaques, o Hotel Oriente é um dos favoritos da região por unir conforto e custo-benefício. O Mais Hotel é a alternativa perfeita para quem deseja um pouco mais de requinte.

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