metropoles.com

Reflexo: curta apresenta 1ª protagonista gorda em animação da Disney

O Metrópoles conversou com especialistas sobre a importância da representatividade na produção

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução/ Disney
Reflect, disney, representatividade
1 de 1 Reflect, disney, representatividade - Foto: Reprodução/ Disney

A Disney acaba de apresentar a primeira protagonista gorda em animação de sua história. A personagem está à frente do curta Reflexo. A produção faz parte da segunda temporada da série experimental Pane Elétrica, que reúne ideias enviadas por artistas dos estúdios Disney.

Com direção da animadora Hillary Bradfield, Reflexo conta a história de uma bailarina chamada Bianca que “batalha com o próprio reflexo, supera dúvida e medo, canalizando sua força interior”. Em trailer, é possível ver a personagem dançando na aula de balé quando o espelho da sala de dança se quebra em minipedaços, simbolizando o jeito que ela vê a própria imagem.

O curta traz representatividade ao discutir temas importantes como autoestima, pressão estética e dismorfia corporal e promete causar um impacto positivo nas pessoas. Reflexo já está disponível no Disney+.

A representatividade importa

De acordo com a psicóloga clínica Bruna Capozzi, o assunto precisa ser falado e normalizado. “A cobrança por mais representatividade tem ultrapassado algumas esferas da vida social. Tem um movimento crescente trazendo essa questão da ausência e da invisibilidade de pessoas pretas, gordas, transsexuais, homossexuais e com deficiência”, declara ao Metrópoles.

Segundo ela, a população global sente falta de corpos fora do “padrão” na publicidade e no entretenimento. “Quando há representatividade, há onde se espelhar. Se não tem isso, as pessoas perderem a sensação de pertencimento”, explica. “É preciso incentivar os indivíduos a falarem sobre essa falta de representatividade, para que haja uma mudança na sociedade”, incrementa.

0

Sobre o filme, a nutricionista comportamental Larissa Cerqueira ainda diz: “A representatividade de um corpo gordo é fundamental. As crianças ainda em desenvolvimento precisam se reconhecer”.

Contudo, a expert ressalta que o intuito não é acomodar. “A partir do momento que um corpo é validado, ele não é cuidado. Se uma criança não ama o próprio corpo, como ela vai querer cuidar dele e ter hábitos saudáveis?”, questiona. “Um transtorno alimentar, muitas vezes, começa com um conflito com o próprio corpo”, esclarece.

Para finalizar, Cerqueira comenta que a obesidade vem com o estigma de que a pessoa não cuida do próprio corpo. “Isso é errado! O corpo gordo é uma característica e tem capacidade de ser saudável e ativo”, conclui.

Representatividade sem estigma

É importante, contudo, ressaltar que a indústria do entretenimento ainda trata a pauta de corpos diferentes de uma forma padrão: sempre com pautas girando em torno da estética. É preciso, também, fazer protagonistas gordos sem que haja a necessidade de discutir o corpo deles.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comVida & Estilo

Você quer ficar por dentro das notícias de vida & estilo e receber notificações em tempo real?