Unicef e Noruega se unem para enfrentar trabalho infantil na moda
País nórdico tem fundo de um trilhão de dólares para investimento e decidiu usá-lo para criar uma liga de grandes empresas
atualizado
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A Noruega tem o maior fundo de investimento do mundo: um trilhão de dólares que ficam à disposição para o país investir como quiser. No passado, o dinheiro, proveniente da indústria do petróleo, já foi usado para armamentos e carvão. Há uma década, o país resolveu aplicá-lo em causa mais nobre: o combate ao trabalho infantil na indústria da moda. Agora, em nova parceria com a Unicef, a Noruega organiza uma união para tentar acelerar os resultados do suporte financeiro.
A parceria conseguiu reunir várias empresas do ramo (H&M, Gucci e Timberland, por exemplo), e pretende melhorar o acesso à educação, à higiene básica, além de protegê-las da poluição. “Focamos nos direitos das crianças e no trabalho infantil por 10 anos. Vemos esse passo como um desenvolvimento natural”, afirma Carine Smith Ihenacho, porta-voz do banco norueguês que administra o fundo.
Nos próximos dois anos, o grupo discutirá ações para melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas pelo mercado da moda (as que trabalham e as que não estão diretamente ligadas ao serviço). As empresas participantes recebem um patrocínio do fundo norueguês e devem se comprometer a ter ideias, criar regras contra o trabalho infantil, garantir direitos humanos aos funcionários e levar a questão ambiental em consideração.A esperança da parceria é que outras organizações se inspirem na iniciativa e aumentem a fiscalização. “É necessário fazer mais. Esperamos algum tipo de efeito positivo”, explica Ihenacho.
A situação
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, em 2016, cerca de 152 milhões de crianças trabalhavam no mundo. Quase metade delas, sob condições terríveis. De acordo com a Unicef, pelo menos 250 milhões de menores são impactados pela cadeia produtiva da moda, ainda que não trabalhem nela diretamente — suas famílias e o local onde vivem, por exemplo, são fatores de interferência na qualidade de vida.