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Cerâmica millennial: jovens do DF reinterpretam tradicional técnica

Novos artesãos da capital criam peças autênticas que são a cara dessa geração

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1 de 1 verso - Foto: Reprodução/Instagram

Muito se fala sobre como os millennials imprimiram novos padrões de consumo. No topo dos bons comportamentos trazidos pelos nascidos entre 1980 e 1995 está a valorização de produtos artesanais, os chamados “handmade”. Contrário aos superindustrializados, em que tudo é replicável e precisa ser criado com rapidez, esse processo dá ênfase à calma – e à alma – de quem confecciona. A tendência chegou à arte da cerâmica, criada há séculos, mas que ganhou novo fôlego recentemente.

Em Brasília, pipocam marcas novas que têm no DNA a ancestralidade do rito de esculpir um objeto do nada, usando matérias-primas tradicionais, como a argila. No entanto, os artigos para casa feitos por esses recém-chegados artesãos não se assemelham à rusticidade geralmente encontrada.

São artigos minimalistas nos quais eles investem em cores que flertam com os tempos modernos, em vez de com os clássicos ocre e marrom. Outro diferencial é o acréscimo de ilustrações, que dão um tom poético.

Vasos, canecas, pratos, porta-objetos… Não há fronteiras. Tudo é válido, desde que feito com respeito a cada etapa do delicado processo. Uma dessas empresas atende pelo nome de Seu Barromeu. Criada pelo designer Felipe Laraia, a marca trabalha com peças sob encomenda que parecem tiradas do Pinterest.

“Minha inspiração sempre foi o joão-de-barro. Desde pequeno, quando passava férias no sul de Minas, ficava horas observando a casinha que ele tinha feito na árvore do sítio do meu avô”, filosofa o profissional. “Mas essa é uma referência muito óbvia na cerâmica. E eu queria algo mais pessoal. Então decidi personificar o passarinho”, conta Laraia, sobre o desenvolvimento do nome.

“Eu uso técnicas de modelagem manual e também da argila líquida, conhecida como barbotina. Na modelagem manual, trabalho principalmente com a técnica da placa, onde abro a argila até uma determinada espessura (como se fosse uma massa de pizza) e a partir dela crio diferentes peças”, diz, sobre o processo criativo.

Estética semelhante tem a Cerâmica Lunar e a Verso em Barro. Em todas elas, os criadores chegam ao limite da linha tênue entre estética e função. Alguns artigos são tão fofos que fica difícil saber se é para usar ou para decorar. Na dúvida, faça as duas coisas.

Até mesmo a forma de comprar vai de encontro ao que se espera do mercado convencional. Em vez de ficarem empilhados em estantes de lojas de design, essas peças decorativas e usuais costumam ser vendidas em feiras locais, como a Liga-Pontos, ou em espaços de coworking aos moldes do que ocupa a sobreloja do café HugHub.

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Arquiteto e diretor da CASACOR, Pedro Ariel diz que o feito à mão é, de fato, o novo statement no décor. “O público irá valorizar cada vez mais aquilo que é regional e peças com essa pegada slow. Acredito que será uma das grandes tendências de 2020”, argumentou.

“É uma tendência bem nórdica e que estamos ensaiando de uns dois anos para cá. São peças que passam conforto, com uma pegada mais aconchegante. Geralmente, são feitos de uma forma que não agride a natureza”, complementa o arquiteto Pedro Henrique Ferreira.

Profissionais “gringos”, como o arquiteto Mustafa Khammash, também apontaram que trabalhos manuais – nos quais está incluída a cerâmica – seriam a tônica deste e dos próximos anos. “Comece com um produto manual ‘diferentão’ e, de preferência, compre de talentos locais”, orientou em entrevista ao site Zawya.

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