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Campanhas feministas ensinam a paquerar no carnaval sem assediar

Campanhas como #UmaMinaAjudaAOutra e #MinasDeVermelho estão circulando nas redes sociais

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
carnaval beijo
1 de 1 carnaval beijo - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Beijo na boca faz parte da folia do carnaval. Mas, há quem não entenda a diferença entre assédio e paquera. Na época do ano definida como “ninguém é de ninguém”, as regras básicas de respeito ao próximo não devem ser excluídas do “oba oba”.

Este ano, a campanha da Revista AzMina é #UmaMinaAjudaAOutra. “Se nos unirmos neste carnaval, assédio não vai ter vez”, diz o site. “Um dos lemas do feminismo é a sororidade, ou seja, a irmandade entre as mulheres. E isso também é sobre prestar ajuda, do jeito que for e pra quem for, principalmente quando se trata de outras mulheres”, escreveu Amanda Negri, uma das colaboradoras da revista.

Uma pesquisa realizada em 2016 pelo Data Popular em parceria com o Instituto Avon, mostra que 79% das jovens brasileiras já foram assediadas, receberam cantadas ofensivas, violentas ou foram abordadas de forma agressiva em festas ou locais públicos.

O pior de tudo é que o estudo revela o caráter machista como o carnaval é encarado: 49% dos homens disseram que bloco de rua não é lugar para mulher “direita”.

“Eu meti a colher, sim!”
Algumas leitoras da revista deram depoimentos sobre como mulheres ajudaram outras, no carnaval. Isso deu força para que a campanha tomasse forma.

“Estávamos em um bloco em São Paulo e no meio da folia eu encontro uma conhecida do meu bairro discutindo com o namorado, uma briga feia. Ele ameaçava bater nela e, quando levantou a mão, eu entrei na frente dela. Quase apanhei, mas o empurrei de volta. Meus amigos seguraram ele e fiquei com a menina o dia todo. Ela chorava muito. O motivo da briga? Um cara deu em cima dela e ela não correspondeu, mas não do jeito que ele achava ideal, então foi brigar e querer bater nela. Vê se pode!”, disse Catarina Alves, de 20 anos, para a revista.

No ano passado, a campanha era #CarnavalSemAssédio e trazia um guia didático da diferença entre paquera e assédio. Em entrevista ao Metrópoles, a colunista Carolina Vicentin falou sobre a importância de campanhas assim. “Não é justo que mulheres tenham medo de curtir o carnaval, de beber e de se divertir, por conta do assédio”, disse. Ela reforça que #UmaMinaAjudaAOutra surgiu como continuação do #CarnavalSemAssédio, de 2016.

Governo de Brasília

Outras campanhas
Um grupo de meninas de São Paulo criou o #MinasDeVermelho. A ideia surgiu pelo fato de todas amarem carnaval e já terem sido vítimas de algum tipo assédio. Nina Spieth, uma das idealizadoras da Campanha, disse que o intuito é criar uma rede de mulheres que se ajudem.

As que quiserem participar devem usar uma faixa vermelha no braço. “Às vezes você está sozinha no meio de toda aquela multidão carnavalesca, e não sabe com quem contar. Desta forma, estará visível e alguém poderá te ajudar”, esclareceu.

O objetivo, segundo Nina, é que todas as mulheres, independentemente de onde vivem, ou em que grupo andem, sintam-se protegidas e se ofereçam para ajudar as outras.

Divulgação/Minas de Vermelho

 

 

 

 

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