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Descubra se você está viciado em café e quais são os riscos à saúde

A cafeína pode viciar, levando à necessidade de consumir cada vez mais café para obter o mesmo efeito estimulante

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Na foto, uma xícara branca com café e leite - Metrópoles
1 de 1 Na foto, uma xícara branca com café e leite - Metrópoles - Foto: Pexels

A ideia de passar um dia sem tomar um cafezinho parece uma tortura para você? Pois esse pode ser um sinal de que se está viciado em cafeína, uma substância estimulante presente no café e em outras bebidas, como alguns tipos de chá e refrigerantes.

“Quando uma pessoa acha que precisa do café para se sentir alerta ou funcional, normalmente é um indicativo de vício na bebida. Isso leva à necessidade de consumir quantidades crescentes para obter o mesmo efeito”, afirma o pneumologista Gleison Guimarães, especialista em medicina do sono.

De acordo com o médico, a capacidade de metabolizar a cafeína varia para cada pessoa e é influenciada por fatores genéticos. Alguns indivíduos são classificados como metabolizadores rápidos, enquanto outros são lentos.

Os metabolizadores rápidos, por exemplo, podem correr o risco de ficar dependentes do café tentando manter o desempenho físico e mental. Quanto maior o consumo de cafeína, maior será a ativação da enzima CYP1A2 – fundamental para a metabolização da substância – e mais rápido ela será eliminada do organismo, reduzindo seus efeitos na melhora do estado de vigília e no desempenho físico.

“Tudo isso contribui para a manutenção do ciclo vicioso, porque quanto mais se consome, maior é a sensação de necessidade”, explica o especialista pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS).

Riscos para a saúde

O café tem interferência direta na qualidade do sono, já que a cafeína é antagonista nos receptores da adenosina. A substância se acumula no cérebro quando estamos acordados, e é responsável pelo aumento da vontade de dormir.

A curto prazo, o consumo excessivo de café pode causar insônia ou sono fragmentado, além de nervosismo, aumento da frequência cardíaca e problemas gastrointestinais, como piora do refluxo gastroesofágico e gastrite.

“Beber mais do que 1.200 mg por dia de cafeína pode causar agitação, ansiedade severa, pressão arterial elevada e palpitações. Isso ocorre tanto com o uso excessivo de comprimidos e suplementos na forma líquida – a exemplo das bebidas energéticas – quanto na versão em pó. Para quem exagera no consumo, ainda se pode ter dificuldade para regular as emoções”, afirma Guimarães.

Em médio prazo, o consumidor pode notar maior desidratação, aumento da pressão arterial e distúrbios digestivos.

Um estudo publicado em 2022 no Journal of the American Medical Association (JAMA) demonstrou que a cafeína aumenta temporariamente a pressão arterial. Em doses mais altas, pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e osteoporose, causar ansiedade e até dificuldade para adormecer, se consumida no fim do dia.

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Abstinência ao café

A abstinência ao café pode ser sentida 12 horas após o último gole. Ao interromper o consumo, o indivíduo pode enfrentar sintomas como dor de cabeça, irritabilidade, fadiga e dificuldade de concentração.

Como se livrar do vício em café?

Algumas mudanças de hábitos podem contribuir para um consumo equilibrado de café. Primeiro, é importante entender que a sensação constante de cansaço pode ser, na verdade, o resultado da falta do sono reparador, afetado pelo consumo de cafeína no dia anterior.

“Isso pode fazer com que o uso de estimulantes (como a cafeína) seja feito para melhorar o desempenho, que muitas vezes é ruim porque não temos um sono que nos descansa”, explica.

Deve-se fazer a redução gradual da quantidade de café ingerida para evitar os sintomas de abstinência, além da substituição por outras bebidas com efeito estimulante sem cafeína, como chás de ervas.

“Outra orientação é estabelecer limites diários para o consumo de café e adotar uma rotina mais regrada com horários estabelecidos para não atrapalhar o sono, evitando o uso de estimulantes de seis a oito horas antes de dormir, além da prática de exercícios físicos regulares e do apoio de um profissional de saúde”, aconselha Guimarães.

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