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Tremores de Parkinson podem ser tratados com ondas sonoras

Cientistas italianos testaram pulsos ultrassônicos para destruir partes danificadas do cérebro com 95% de eficácia

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1 de 1 senhora-idosa - Foto: Unsplash/Divulgação

Um estudo feito pela Universidade de L’Aquila, na Itália, pode ter descoberto uma nova forma de tratar os tremores causados pela Doença de Parkinson. De acordo com o trabalho, ondas de ultrassom aplicadas no cérebro dos pacientes podem aliviar os tremores, dispensando, em muitos casos, a necessidade de cirurgia.

A pesquisa foi feita com 39 pacientes com idade média de 65 anos cujos tremores não haviam sido controlados por medicamentos. Dos participantes, 18 apresentavam tremor essencial (TE), distúrbio do sistema nervoso que causa agitação rítmica e que não está relacionado ao Parkinson, e 21 tinham, de fato, a doença. Todos apresentavam tremores por mais de uma década.

Em linhas gerais, a terapia concentra feixes de ultrassom em pequenas áreas específicas do cérebro. O objetivo é aquecer e destruir nervos nocivos que causam os sintomas de Parkinson: as ondas sonoras de alta frequência geram calor que interrompe o circuito anormal que causa o tremor. O tremor no Parkinson é causado por circuitos defeituosos no tálamo, uma pequena área na base do cérebro.

Os cientistas avaliaram os pacientes quanto à gravidade do tremor e os questionaram sobre sua qualidade de vida antes e imediatamente após o tratamento, as entrevistas foram repetidas duas vezes no ano seguinte. Eles observaram que 37 dos 39 participantes tiveram redução significativa nos sintomas imediatamente após o tratamento com ultrassom, permanecendo em baixa intensidade um ano após a intervenção.

Apenas sete pacientes apresentaram efeitos colaterais, incluindo fraqueza nos membros, formigamento e fala arrastada após o tratamento. Seis meses depois, contudo, os sintomas haviam desaparecido em quatro destes participantes.

A terapia já foi aprovada pelo Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (NICE, da sigla em inglês), órgão público vinculado ao Departamento de Saúde do Reino Unido responsável por definir diretrizes para o uso de tecnologias no Serviço Nacional de Saúde (NHS), como o uso de medicamentos, tratamentos e procedimentos novos e existentes. Atualmente, a técnica está sendo testada no Imperial College Healthcare NHS Trust.

Segundo Federico Bruno, médico do Departamento de Ciências Clínicas Biotecnológicas e Aplicadas da Universidade de L’Aquila e um dos autores principais do estudo, uma das principais vantagens do novo tratamento é ser minimamente invasivo, além de reduzir o risco de complicações como sangramentos e infecções. O efeito imediato é, ainda, outra característica que diferencia a abordagem dos médicos italianos.

O procedimento também requer menos tempo de hospitalização e é bem tolerado mesmo por pacientes mais frágeis, segundo o médico. (Com informações do portal Daily Mail)

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