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Submarino desaparecido: entenda os riscos à saúde dos passageiros

Redução gradual do nível de oxigênio e confinamento em um espaço tão pequeno podem gerar graves consequências para a saúde física e mental

atualizado

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Imagem colorida mostra submarino da OceanGate desaparecido durante tour aos destroços do Titanic - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra submarino da OceanGate desaparecido durante tour aos destroços do Titanic - Metrópoles - Foto: OceanGate / Handout/Anadolu Agency via Getty Images

No último domingo (18/6), um submarino desapareceu no Oceano Atlântico durante uma expedição para encontrar os destroços do Titanic. Cinco pessoas estão no dispositivo: caso as vedações tenham funcionado como previsto, faltam pouco menos de 24h de oxigênio disponível.

A equipe de resgate, que luta contra o tempo, intensificou as buscas depois da detecção de ruídos na madrugada desta quarta-feira (21/6).

Porém, com pouco tempo de oxigênio sobrando, não se sabe exatamente como está a saúde das pessoas a bordo. Além da ansiedade natural de enfrentar um cenário tão extremo, especialistas em navegação apontam que esse tipo de confinamento pode causar várias consequências para os tripulantes.

“Há muitos desafios para a sobrevivência nesta situação, incluindo gases tóxicos, exposição a pressões ambientais elevadas e hipotermia”, explica o ex-diretor de medicina submarina da marinha dos Estados Unidos Dale Molé, que publicou um artigo sobre os riscos de acidentes nessas embarcações.

O texto, disponibilizado no final de maio na revista científica Ciottone’s Disaster Medicine, alerta que os desafios psicológicos são os mais difíceis.

Ataques de pânico são comuns nessa situação e aumentam não só o consumo de oxigênio, como também as chances de problemas cardíacos, respiratórios ou mesmo de surtos. “Você deve tentar ficar o mais calmo possível e desligar o máximo de equipamentos eletrônicos para economizar energia da bateria”, aconselha.

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Falta de ar e frio no submarino

Há também o risco de intoxicação com o ar. “Não é só o risco de acabar o oxigênio que conta: o crescimento dos níveis de dióxido de carbono pode ser ainda mais preocupante. É seu nível que mata as pessoas primeiro quando estão em um ambiente hermético, não a ausência de oxigênio”, explica o especialista. Respirando ar intoxicado, o indivíduo experimenta dores de cabeça profundas e, pouco a pouco, fica inconsciente.

Além da preocupação com o ar, há o risco de hipotermia devido às temperaturas baixas do fundo do oceano, de cerca de 4ºC constantemente. A sensação térmica de estar dentro de uma cápsula de metal e longe da luz pode ser ainda mais baixa nessa situação. Com isso, começam tremores e espasmos musculares para tentar manter a temperatura e a vida.

Resgates de submarinos desaparecidos

Casos de acidentes como esse são uma corrida contra o tempo, segundo Molé. “Os governos e organizações nacionais e internacionais devem ter um plano de resposta de busca e resgate robusto que seja rápido para salvar as vidas. Além disso, o pessoal médico que os atender deve ser bem versado em medicina marítima para o sucesso do resgate”, recomenda.

No entanto, não se sabe quais seriam as necessidades médicas deles depois de um eventual resgate e como seria possível atendê-las. “Ainda que as embarcações tenham equipamento e pessoal adequado para os primeiros socorros, as condições de um resgate marítimo em geral atrasam o transporte para onde se possa fazer um cuidado intensivo que permitiria o salvamento das pessoas”, alerta.

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