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Solidão pode levar ao encolhimento do cérebro em idosos, diz estudo

Pesquisa, que analisou 8.896 pessoas no Japão, associou o isolamento com o encolhimento do cérebro, o que pode resultar em dêmencia

atualizado

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Pasotraspaso. Jesus Solana
Imagem colorida de idoso sentado sozinho em um banco, em um parque - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de idoso sentado sozinho em um banco, em um parque - Metrópoles - Foto: Pasotraspaso. Jesus Solana

Vários estudos já mostraram que a falta de contato social pode desencadear ou agravar problemas psiquiátricos. Porém, um novo levantamento mostra que o isolamento também pode afetar o volume cerebral e funções cognitivas em idosos.

A análise, publicada na revista Neurology e divulgada nessa quarta (12/7), aponta uma associação entre o isolamento de pessoas idosas e uma probabilidade maior de perda de volume total do cérebro. Com o encolhimento do órgão, algumas áreas podem ser afetadas e levar à demência.

“O isolamento social é um problema crescente para os adultos mais velhos”, analisa o autor do estudo, Toshiharu Ninomiya, da Universidade de Kyushu em Fukuoka, Japão, em entrevista ao site da Academia Americana de Neurologia. Manter o contato social, portanto, poderia ser uma forma de desacelerar o declínio cognitivo em idosos.

Os pesquisadores analisaram 8.896 japoneses com idade média de 73 anos que não sofriam de demência. Os voluntários fizeram exames cerebrais de ressonância magnética, exames de saúde, e responderam a perguntas como: “Com que frequência você está em contato com parentes ou amigos que não moram com você, por exemplo, encontrando-se ou falando ao telefone?”.

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As pessoas que disseram ter menor quantidade de contato social tinham um volume cerebral significativamente menor do que aquelas com mais conexões. Os mais solitários apresentaram ainda menor volume no hipocampo e amígdala, que desempenham um papel na memória e são afetados pela demência.

No grupo de menor contato, a soma das substâncias que compõem a massa encefálica, em relação ao volume intracraniano total (que inclui cérebro, meninges e líquido cefalorraquidiano) foi de 67,3%. Já no grupo de maior contato, esse valor atingiu 67,8%. Apesar de pequena, a variação é considerada significante pelos cientistas.

Danos no cérebro

Os pesquisadores analisaram ainda possíveis danos cerebrais, como lesões da substância branca, região onde ocorrem os impulsos nervosos entre neurônios. A percentagem do volume intracraniano composto por lesões da substância branca foi de 0,30 para o grupo socialmente isolado, em comparação com 0,26 para o grupo mais socialmente conectado.

Depressão

Os pesquisadores constataram que os sintomas de depressão explicavam em partes a relação entre o isolamento social e os volumes cerebrais. No entanto, os sinais depressivos representavam, na pesquisa, apenas de 15% a 29% da associação.

“Embora o estudo seja uma foto no tempo e não determine que o isolamento social cause atrofia cerebral, alguns estudos apontam que expor pessoas mais velhas a grupos socialmente estimulantes interrompeu ou até reverteu declínios no volume cerebral e melhorou as habilidades de pensamento e memória”, pondera Ninomiya.

“Portanto, é possível que as intervenções para melhorar o isolamento social possam prevenir a perda de volume cerebral e a demência que muitas vezes se segue”, acrescenta o autor. A equipe reconhece ainda que os resultados não podem ser aplicados em jovens ou em outras etnias.

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