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Sergipe registra a primeira morte do país por recorrência de Covid

Um farmacêutico de 44 anos teve dois testes RT-PCR positivos no intervalo de 38 dias, entre maio e junho de 2020, e não resistiu à infecção

atualizado

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1 de 1 coronavírus ilustração - Foto: GettyImages

Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e de outras oito instituições brasileiras documentaram a primeira morte no país por recorrência da Covid-19, quando um paciente vai a óbito após o segundo diagnóstico da doença. O caso, que ocorreu em julho de 2020, foi relatado em um estudo publicado na última sexta-feira (12/2), no Journal of Infection.

Um farmacêutico de 44 anos, com obesidade e hipertensão arterial sistêmica, que trabalhava em um hospital de urgência de Aracaju, teve a infecção confirmada pela primeira vez em 8 de maio de 2020, após fazer um teste do tipo RT-PCR, considerado padrão-ouro para o diagnóstico. Com sintomas leves, ele pôde cumprir a quarentena em casa até se recuperar.

Em junho, o homem voltou a apresentar sintomas da doença, desta vez na forma mais grave, e um novo testes – feito no dia 13 – confirmou a presença do vírus Sars-CoV-2 (causador da Covid-19). O paciente precisou ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a morreu em 2 de julho.

“Os episódios recorrentes tendem a ser mais graves, com uma infecção fatal”, destacaram os cientistas no artigo.

Os pesquisadores não sabem se a recorrência está associada à uma reinfecção ou à reativação do mesmo vírus (recidiva) no organismo do farmacêutico porque não foi possível isolar o vírus da amostra coletada em maio.

A partir do sequenciamento genômico, os pesquisadores encontraram a mutação G25088T no vírus do paciente, um tipo relacionado ao maior potencial de morte por Covid-19.

Outros 32 casos de recorrência da Covid-19 envolvendo profissionais da saúde do estado foram relatados no estudo, 26 eram mulheres. O tempo médio de recorrência foi de 50,5 dias. A maioria deles tinha tipo sanguíneo A.

“É claro a partir deste estudo e de outros que os indivíduos infectados montam uma resposta imune variável e, em uma minoria significativa, isso pode ser insuficiente para oferecer proteção subsequente. Esses indivíduos permanecem em risco, especialmente em ambientes de saúde altamente expostos”, escreveram.

Reinfecção

De acordo com o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, são considerados casos suspeitos de reinfecção aqueles em que o paciente tenha dois resultados positivos do teste RT-PCR com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios de infecção respiratória, independente da condição clínica observada nos dois episódios. É necessário ainda que as duas amostras positivas sejam encaminhadas ao Lacen-DF.

O primeiro caso de reinfecção por Covid-19 notificado pela pasta ocorreu em 23 de outubro, no Rio Grande do Norte.

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