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Saiba por que o superfungo que fechou hospital em PE é preocupante

Estado identificou 3 casos hospitalares de Candida auris nos últimos dias. Superfungo resistente a antibióticos é ameaça importante à saúde

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1 de 1 Imagem colorida: amostra de fungo - Metrópoles - Foto: Getty Images

Três casos de infecção pelo superfungo Candida auris foram confirmados em Pernambuco nos últimos 15 dias. O mais recente foi divulgado na terça-feira (23/5) pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE).

Os três pacientes estavam internados em hospitais em razão de outros problemas e teriam sido infectados pelo fungo nas unidades de saúde. O episódio preocupa infectologistas porque o C. auris é um fungo resistente a antibióticos, que se espalha rapidamente em hospitais e tem altas taxas de mortalidade. Dados do Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos estimam que metade dos pacientes morrem três meses após à infecção pelo C. Auris.

“O nosso maior temor é que o C. auris se torne resistente a todos os medicamentos antifúngicos. Hoje, já é difícil erradicá-lo, ele contamina ambientes, objetos cirúrgicos e pacientes”, explica o infectologista Flavio Telles, coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

O C. auris é uma espécie de fungo emergente identificado pela primeira vez como causador de doença em humanos em 2009, no Japão. Nos anos seguintes, foram registrados surtos na Índia, África do Sul, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e no Brasil. A maioria dos casos se limita ao ambiente hospitalar.

Pacientes com a saúde muito frágil internadas em unidades de terapia intensiva (UTI) são, geralmente, as principais vítimas. Também correm maior risco de infecção os hospitalizados por um longo período de tempo, com um cateter venoso ou outros tipos de tubos conectados ao corpo, ou que receberam antibióticos ou antifúngicos anteriormente.

Casos

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) recebeu a notificação do primeiro caso confirmado laboratorialmente em 11 de maio. O paciente era um homem de 48 anos internado no hospital Miguel Arraes, localizado no município de Paulista.

Em 14 de maio, outro homem de 77 anos foi diagnosticado com a infecção no Hospital Tricentenário, em Olinda. O terceiro caso, de um homem de 66 anos, foi registrado em um hospital particular de Recife.

Sintomas

Em alguns pacientes, o superfungo pode entrar na corrente sanguínea e se espalhar por todo o corpo, causando infecções invasivas graves. A maioria dos pacientes apresenta sintomas clássicos de infecções, como febre e dificuldade de respiração, combinados com a queda da pressão arterial e sonolência.

“Quando causa infecção na corrente sanguínea, ele pode levar à sepse. Mas também pode causar infecções de pele e em outros lugares que não arriscam tanto a vida do paciente”, explica Telles.

Tratamento

A maioria das infecções por C. auris são tratáveis ​​com uma classe de medicamentos antifúngicos chamados equinocandinas. No entanto, algumas infecções têm demonstrado resistência a todas as três classes principais de medicamentos, tornando-as mais difíceis de tratar, de acordo com o CDC dos EUA. Nessa situação, várias classes de antifúngicos em altas doses podem ser necessárias.

Surtos passados

O surto mais recente do C. auris no Brasil ocorreu entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, em um hospital de Recife, em Pernambuco. Neste período foram identificados 48 casos, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), levando ao maior surto do superfungo desde que ele foi encontrado pela primeira vez no Brasil.

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