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Saiba como funcionam as vacinas contra Covid-19 que o Brasil estuda comprar

Imunizantes que estão sob avaliação do Ministério da Saúde têm tecnologias distintas. Conheça cada uma

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Mesmo com todos os desafios que 2020 proporcionou, a ciência se destacou neste ano. Em menos de 12 meses, o mundo conheceu o coronavírus, e foram desenvolvidas várias opções de vacinas para dar fim à pandemia e tentar devolver a normalidade para a população.

Os imunizantes foram criados a toque de caixa, alguns com tecnologias tradicionais, outros com técnicas nunca usadas até então. Apesar da velocidade, os estudos já publicados e divulgados mostram que as vacinas são seguras e eficazes, com poucos eventos adversos considerados graves.

As 10 fórmulas mais avançadas, já na fase 3 de ensaios clínicos, que o Brasil estuda adquirir utilizam quatro tipos de métodos para ensinar o sistema imunológico a se defender.

Os produtos da Pfizer/BioNTech e Moderna utilizam o RNA mensageiro; as três vacinas chinesas (Coronavac, Sinopharm/Wuhan e Sinopharm/Beijing) apostam no vírus inativado; a Novavax fez uso de subunidade proteica; e as restantes (vacina russa, de Oxford/Astrazeneca, CanSino e Janssen) investiram em um vetor viral não replicante.

As vacinas mais modernas usam o RNA mensageiro, o que exige logística um pouco mais complicada do que as técnicas utilizadas rotineiramente pelos países. As doses devem ficar armazenadas em temperaturas baixíssimas (a da Pfizer, por exemplo, a -70ºC), muito além do que os refrigeradores comuns de imunizantes podem alcançar.

A Pfizer promete ajudar com o transporte, oferecendo caixas térmicas com gelo seco a fim de manter a temperatura por até 30 dias. Essa tecnologia de imunização nunca foi usada antes.

A vacina que utiliza vetor viral não replicante também é relativamente nova: foi aprovada pela primeira vez nos Estados Unidos e na Europa no fim de 2019, para combater o vírus ebola.

Tradicionais
As demais tecnologias já são usadas para prevenir outras doenças. A imunização que utiliza vírus inativado está no mercado há cerca de 70 anos e é adotada na vacina contra gripe, hepatite A e poliomielite líquida. Porém, apesar de ser tradicional e de os pontos de vacinação estarem acostumados a lidar com as doses, demoram mais tempo para ficar prontas e são mais caras.

Entre os exemplos de imunizantes que usam subunidade proteica, estão o da hepatite B e o da meningite bacteriana.

Veja, na galeria, como cada tipo de vacina funciona:

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Resposta imunológica

Há ainda outros tipos de vacina, mas que não estão sendo utilizados entre as candidatas contra a Covid-19. Alguns exemplos são o vírus vivo atenuado (usado para febre amarela, caxumba e sarampo), vetor viral replicante, DNA (que aposta em moléculas circulares para carregar a sequência que ensina o corpo a produzir o antígeno do patógeno, mas ainda não há imunizações aprovadas com o método) e partículas similares a vírus (VLP, que investe em moléculas naturais ou produzidas em laboratório, e são usadas na vacina contra o HPV).

Os nomes são confusos, mas, de acordo com Mayra Moura, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), todas as vacinas têm o mesmo propósito. “A ideia é estimular, de alguma maneira, a resposta imunológica tanto mediada por células de defesa T quanto por anticorpos”, explica.

A especialista ensina que quando o corpo reconhece a proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células e se multiplicar, ele cria anticorpos específicos para se encaixar na proteína e neutralizar o vírus.

“A vacina imita essa infecção, mas a pessoa não fica doente. É usada apenas uma parte do vírus, ou ele desativado, que é suficiente para o sistema imunológico produzir anticorpos”, esclarece Mayra. Esse processo, inclusive, não é instantâneo – demora cerca de 14 dias para ser completado.

As vacinas também não criam um exército de anticorpos que fica pronto só esperando a infecção: as fórmulas são suficientes apenas para desencadear reação leve do sistema imunológico e servem, principalmente, para ensiná-lo a como reagir em ocasiões futuras.

Porém, com os dados disponíveis até o momento, Mayra explica que não é possível saber exatamente como cada vacina atua no sistema imunológico (qual célula específica ativa, por exemplo), mas pontua que todos os imunizantes apresentam resultados similares. “Não é uma receita de bolo, são tecnologias diferentes, e estamos aguardando para entender se, apesar do mecanismo, atuam da mesma maneira”, assinala a especialista.

Considerando as informações divulgadas até agora, não é preciso se preocupar: todas as vacinas apresentaram dados que garantem a segurança da fórmula. A aprovação nas agências reguladoras também assegura que a população tenha acesso a um medicamento eficaz, sem efeitos colaterais severos com frequência, e que todos os estudos completos devem ser submetidos à análise minuciosa de cada órgão. No Brasil, a responsável por essa revisão é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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