Cientistas da Universidade Stellenbosch, na África do Sul, afirmaram, nesta sexta-feira (3/12), que, em relação à cepa original do vírus Sars-CoV-2, a variante Ômicron do novo coronavírus tem 2,4 vezes mais probabilidade de reinfectar pessoas que já tiveram a Covid-19.
A taxa foi calculada com dados disponibilizados pelo governo sul-africano. O levantamento registra cerca de 2,8 milhões de infecções confirmadas por coronavírus, incluindo 35.670 suspeitas de reinfecções.
Durante a segunda onda, impulsionada pela variante Beta, e a terceira onda, relacionada à Delta, o risco de reinfecção caiu para 0,7 em comparação com a primeira onda. Agora, a probabilidade de ser contaminado novamente aumentou pela primeira vez, chegando a 2,4%.
Saiba mais sobre a variante Ômicron do coronavírus:

A variante Ômicron foi identificada na África do Sul, com amostras colhidas no início de novembro de 2021Andriy Onufriyenko/Getty Images

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta sobre a nova variante em 24 de novembroGettyImages

A Ômicron assusta os pesquisadores por ter muitas mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento Pixabay

São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células Getty Images

Os cientistas alertam que não há como saber ainda se as mutações tornaram o vírus mais letal ou mais resistente ao sistema imunológicoBSIP/Colaborador/Getty Images

Até o momento, não há muitas informações sobre a variante na prática. Porém, pesquisadores da África do Sul acreditam que o risco de reinfecção aumenta 2,4 vezes em quem teve Covid-19Getty Images

Ainda não se sabe se as mutações tornam o vírus mais eficiente em fugir da proteção oferecida pelas vacinasGetty Images

Países têm aumentado restrições para conter avanço da nova cepaGettyImages

Estudos reforçam a necessidade da vacinação contra a ÔmicronMetrópoles
Informações preliminares sugerem que a nova variante é capaz de escapar da proteção adquirida naturalmente pelo corpo humano após a infecção pelo vírus e acende o alerta sobre a eficácia da proteção obtida por meio das vacinas.
“Acreditamos que essa infecção anterior não lhes dá proteção contra a infecção devido à Ômicron”, disse a professora Anne von Gottberg, microbiologista clínica do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD) durante conferência da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira. “No entanto, espero que forneça proteção contra doenças graves, internações hospitalares e morte”, completou. A microbiologista destacou que a variante está associada a 75% dos casos registrados nacionalmente.
“Acreditamos que as vacinas ainda protegerão contra o agravamento da doença, porque vimos essa diminuição na proteção usando vacinas com as outras variantes, mas as vacinas sempre resistiram para prevenir doenças graves e internação em hospitais e mortes.”