Remédio contra o câncer pode atrasar a menopausa, afirma estudo

O sistema reprodutivo das mulheres começa a dar sinais de envelhecimento ao redor dos 35 anos. Evidências científicas apontam que o uso de um medicamento, que já existe e até é comercializado em farmácias, pode retardar o envelhecimento dos ovários.

O remédio, usado para o tratamento de câncer e de pacientes transplantados, consegue adiar a menopausa, permitindo que as usuárias fiquem grávidas mais tarde de forma natural.

Um estudo que avalia a segurança e eficácia do medicamento para este fim está em curso nos Estados Unidos.

Como atuam

Segundo resultados preliminares, o princípio ativo conhecido como siromilo (ou rapamicina) afeta a liberação e o desenvolvimento de óvulos e pode diminuir a frequência das menstruações.

Com isso, os ovários permanecem mais tempo atuando de forma regular no corpo. Isso possibilita não só uma gestação mais tardia, mas também uma produção natural de hormônios femininos mais longa, o que atrasaria a manifestação de desconfortos comuns da menopausa.

“Nós estamos observando um dos maiores desafios da saúde. Se a gente conseguir combater o processo de envelhecimento, nós vamos combater o processo de adoecimento de forma geral”, afirmou a geriatra Yosin Suh, uma das coordenadoras da pesquisa, ao site da Universidade de Columbia.

Atualmente, os estudos estão em fase 2. Nessa etapa, os pesquisadores observam a saúde de voluntárias que estão usando o medicamento e as do grupo controle para avaliar tanto os benefícios quanto os eventuais efeitos colaterais do uso.

Para um medicamento ser aprovado, são necessárias quatro fases de avaliação com tempo variável de duração — portanto não é possível precisar quando os testes terminarão e se seus resultados serão positivos. Estudos anteriores haviam mostrado que a rapamicina é capaz de retardar o envelhecimento da pele quando aplicada em cremes.

Precauções

É importante ressaltar que ainda não há uma indicação médica para o uso do sirolimo para retardar o envelhecimento reprodutivo. O uso deste medicamento ou de qualquer outro sem a recomendação médica pode expor os pacientes a riscos. A rapamicina pode dar enjoo, tontura, diarreia, dor de cabeça e, em casos mais graves, provoca desmaios e infecções do trato respiratório.

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