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No fap september: entenda se a abstinência de masturbação faz sentido

Urologistas destacam o que ocorre no corpo ao privar-se da masturbação e o que ocorre quando se exagera na pornografia

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Foto colorida de homem de pijama azul sentado na beira da cama com a mão no rosto e os cotovelos apoiados no joelho - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de homem de pijama azul sentado na beira da cama com a mão no rosto e os cotovelos apoiados no joelho - Metrópoles - Foto: tommaso79/Getty Images

Com a chegada de setembro, parte da internet passa a comentar sobre um movimento chamado No Fap September. Ele consiste em evitar a prática da masturbação associada ao consumo de pornografia durante 30 dias. Apesar de muitas pessoas pensarem que a abstinência faz bem à saúde, na verdade, especialistas dizem que não faz muito sentido.

Aliás, segundo o urologista Danilo Galante, que é sexólogo, não há benefício nenhum na abstinência da masturbação. “O movimento pode ser eficaz contra o vício pela pornografia, mas privar-se do orgasmo não faz sentido”, afirma.

“A masturbação tem um objetivo. Ela visa o autoconhecimento, tanto para homens quanto para mulheres. O toque e o estímulo permitem um desenvolvimento sexual muito melhor do que para as pessoas que não a praticam”, alerta Galante.

“Os homens que têm uma relação pontual com a masturbação enfrentam menos problemas de ejaculação precoce do que aqueles que se privam da prática. As mulheres, por sua vez, encontram maior dificuldade em chegar no orgasmo quando passam muito tempo sem o autoestímulo”, afirma o especialista.

O urologista Fernando Almeida, do Hospital Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, acrescenta que ficar muito tempo em abstinência pode resultar em polução noturna. “É a emissão de sêmen durante o sono. A ejaculação que sairia durante a masturbação sai enquanto dorme, mas não é algo prejudicial”, destaca.

Excesso de masturbação

Pacientes que associam a masturbação ao vício em pornografia podem enfrentar dificuldades em sentir excitação ao estar com um parceiro durante o sexo. O ato repetitivo pode levar a uma redução da libido, resultando em uma possível falta de interesse em relações sexuais convencionais devido à ausência de prazer.

“O consumo saudável de pornografia deve ocorrer sem afetar a vida social da pessoa. Se não causa sentimentos de culpa, não se torna obsessivo ou compulsivo, está tudo bem. O próprio indivíduo é capaz de reconhecer quando está exagerando”, explica Galante.

Ele acrescenta ainda que a ideia de que se masturbar demais causa desequilíbrio na testosterona, hormônio associado à funções sexuais do homem, é mito. Afinal, a substância é regulada por outros fatores, como boa noite de sono, idade e alimentação.

Pornografia

A pornografia, assim como o autoestímulo, pode ser um aliado para ajudar as pessoas a entenderem aquilo que mais as atrai. Em contrapartida, o vício por filmes eróticos pode causar limitações nos indivíduos, já que ela está sempre em uma posição de espectador e não busca praticar o sexo com um parceiro.

“Então, a quantidade segura da pornografia é parecida com o limite da masturbação. Desde que o consumo não atrapalhe as funções sociais, não há malefício, mas torna-se um problema a partir do momento que há preferência pelo pornô em vez da atividade sexual”, alerta o sexólogo.

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