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Preciso usar duas máscaras para me proteger da variante Delta?

Infectologistas respondem a dúvidas sobre qual é a melhor maneira de evitar a nova variante do coronavírus em circulação

atualizado

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Cristiano Borges/Governo de Goiás
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1 de 1 mascara2 – Copia - Foto: Cristiano Borges/Governo de Goiás

A variante Delta do novo coronavírus foi descoberta em dezembro de 2020, na Índia, e rapidamente se espalhou pelo mundo, com casos confirmados em dezenas de países, incluindo o Brasil. Dentre as cepas que surgiram ao longo do último ano, esta é uma das mais preocupantes pelo alto poder de transmissão.

A Delta é até 100% mais contagiosa do que a cepa original do coronavírus, encontrada em 2019, na China, e 30% a mais do que a variante Gama, responsável pela superlotação dos hospitais brasileiros no início de 2021.

Foram as mutações na proteína Spike (S), responsável por fazer a ligação entre o vírus e as células humanas quando o indivíduo é infectado, que aumentaram seu potencial de transmissão. “Como ela aumenta a capacidade de infecção do vírus, a sua propagação se torna maior e mais rápida”, explica Lívia Vanessa Ribeiro, vice-presidente da Sociedade de Infectologia do DF.

Infectologistas afirmam que o cenário é preocupante e pontuam a importância de a população continuar a seguir as medidas de proteção para evitar o adoecimento. “A gente precisa concentrar os nossos esforços em evitar a transmissão respiratória e caprichar no uso de máscara de boa vedação e no distanciamento social, evitando locais com outras pessoas”, afirma a infectologista Ana Helena Germoglio.

Neste momento, o ideal é usar a máscara N95 – um modelo que se destaca pela qualidade da vedação e filtração do ar – em ambientes que contém maior aglomeração de pessoas, como no transporte público. “Essa variante é muito mais transmissível. Por isso a gente deveria usar uma máscara melhor”, pontua Germoglio.

A médica entende, no entanto, que o investimento não cabe no bolso de todos os brasileiros e sugere a utilização de duas máscaras combinadas: uma máscara cirúrgica (descartável) com uma de tecido por cima para melhorar a vedação das laterais.

A vice-presidente da Sociedade de Infectologia do DF explica que as máscaras de tecido acabam protegendo menos do que as demais porque saturam mais rápido, com a necessidade de troca com maior frequência.

A vacinação completa contra a Covid-19 continua sendo a melhor estratégia de prevenção. Estudos mostram que as vacinas disponíveis oferecem, em média, 30% de proteção contra a variante Delta após a primeira dose, melhorando sua resposta após o reforço. “Algumas delas têm uma redução de ação mas, mesmo assim, são muito eficazes para o que se propõe, que é evitar casos graves”, pontua Germoglio.

Mesmo após as duas doses, os vacinados devem continuar seguindo as medidas de proteção porque o país ainda enfrenta uma alta circulação viral.

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