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Pandemia deve permanecer em níveis preocupantes em abril, diz Fiocruz

Pesquisadores sugerem providências para frear o avanço do vírus, como medidas de restrição de mobilidade e de algumas atividades econômicas

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
coveiros de cemitério de goiânia usam roupas especiais para enterrar vítimas da covid-19 em goiás
1 de 1 coveiros de cemitério de goiânia usam roupas especiais para enterrar vítimas da covid-19 em goiás - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Com quase 13,6 milhões de casos de Covid-19 e 358.425 mortes causadas pela doença no Brasil até agora, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, a previsão é que a pandemia continue intensa durante o mês de abril. A estimativa é do mais recente Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira (14/4), que monitora a evolução do coronavírus no país.

Segundo o documento, na Semana Epidemiológica 14 (de 4 a 10 de abril), a tendência de alta de transmissão da Covid-19 se manteve no país, com valores recordes no número de óbitos (uma média de 3.020 mortos por dia) e aumento de novos casos (cerca de 70.200 casos diários).

A alta proporção de testes com resultados positivos para Sars-CoV-2 durante esse período comprova que o vírus permanece em circulação intensa em todo o país, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz. Segundo a fundação, “o quadro epidemiológico observado pode representar a desaceleração da pandemia, com a formação de um novo patamar, como o ocorrido em meados de 2020, porém com números muito mais elevados de casos graves e óbitos”.

Apesar da taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) tenha apresentado leve queda em todo o país, o índice manteve-se “predominantemente estável e muito elevado”, de acordo com os pesquisadores do instituto.

Houve decréscimo do indicador no Pará (87% para 82%), Amapá (de 91% para 84%), Tocantins (de 95% para 90%), Paraíba (de 77% para 70%) e São Paulo (de 91% para 86%). Com 78% dos leitos ocupados, o Maranhão saiu da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário.

Vacinação no Brasil

Das 27.567.230 de pessoas vacinadas até a semana dos dias 4 a 10 de abril, 30,2% completaram o esquema vacinal com duas doses e 69,8% receberam apenas a primeira dose do imunizante. Nove estados apresentam diferença igual ou menor à média nacional de vacinados com esquema completo e vacinados somente com uma dose.

De acordo com o levantamento, os estados que registraram as menores diferenças foram Roraima, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. “Essa diferença pode estar relacionada com o volume de faltosos para a segunda dose. É possível ainda que esteja refletindo estratégias diferenciadas de aceleração da imunização da primeira dose, ou ainda conter diferenças relativas à agilidade do registro”, afirmaram os pesquisadores.

A orientação dos especialistas para controlar a disseminação da pandemia é que os municípios brasileiros, em especial os que compõem as regiões metropolitanas, adotem “medidas convergentes e sinérgicas”, principalmente dentro de cada Região Metropolitana.

Entre as providências, estariam medidas de restrição de mobilidade e de algumas atividades econômicas, que estariam “produzindo êxitos localizados e podem resultar na redução dos casos graves da doença nas próximas semanas”. Porém, para os pesquisadores, até o momento “tais medidas ainda não tiveram impacto significativo sobre o número de óbitos e no alívio das demandas hospitalares”.

“A flexibilização de medidas restritivas pode ter como consequência a aceleração do ritmo de transmissão e, portanto, de casos graves de Covid-19 nas próximas semanas”, afirmaram os cientistas.

Veja como o coronavírus ataca o corpo:

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