OMS reforça que dexametasona é apenas para pacientes críticos da Covid-19
Michael Ryan, diretor da entidade, explica que informações sobre remédio precisam ser revisadas por especialistas para criação de protocolos
atualizado
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Apesar da eficácia da dexametasona ter sido recebida com entusiasmo pela comunidade científica, o diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, pediu cautela com a administração do remédio e afirmou que ainda não é o momento de mudar o protocolo de atendimento a pacientes com Covid-19.
O corticoide, testado por uma equipe da Universidade de Oxford, permitiu redução de mortes de 35% no grupo de pacientes que utilizaram respiradores e de 20% nos que precisaram de outro tipo de suporte respiratório.
“Não é um medicamento que possa ser usado para profilaxia nem em pacientes com sintomas leves. É para recuperar pessoas em situações críticas, diminuindo a inflamação provocada pelo vírus rapidamente para que o paciente consiga ter acesso ao oxigênio. Não é um tratamento para o vírus, inclusive, esteroides podem ser associados ao aumento da reprodução viral. É preciso acompanhamento médico“, disse.
Ele lembra ainda que os dados são preliminares e não foram ainda publicados e revisados pela comunidade científica. Ryan afirma que a OMS criará um grupo para analisar as evidências e tomar uma decisão sobre recomendar ou não a dexametasona para o tratamento de pacientes críticos com Covid-19. “Não é hora de ter pressa. Estamos felizes, mas precisamos de tempo para revisar as informações”, ponderou.