A Moderna informou, nesta quarta-feira (23/3), que a vacina que produz contra Covid-19 funciona tão bem em crianças menores de 6 anos quanto em adultos.
Dados de um estudo clínico feito pela farmacêutica, com 6.900 meninos e meninas com idades entre 6 meses e 5 anos, mostraram que duas doses do imunizante têm 38% de eficácia na prevenção de infecções em crianças de 2 a 5 anos e 43,7% para as de 6 meses a menos de 2 anos.
Os cientistas usaram doses de 25 microgramas cada – equivalente a um quarto da dose aplicada em adultos –, com intervalo de quatro semanas. A empresa estuda a necessidade da aplicação de uma dose de reforço para esta faixa etária.

Após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e autorização pelo Ministério da Saúde, a dose pediátrica da vacina contra a Covid-19 já está sendo administrada no Brasil em crianças entre 5 e 11 anos. Porém, os pais devem ficar atentos para evitar erros na aplicação do imunizante nos pequenos Pixabay

De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenosPixabay

Apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacinaAgência Brasil

Segundo a Anvisa a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado à faixa etária, da dose inadequada e da preparação errônea do produtoAgência Brasil

A vacina infantil vem em uma embalagem de cor laranja, diferente da versão para maiores de 12 anos, que é roxa. A seringa utilizada é a de 1ml, e o volume aplicado deve ser de 0,2mlAgência Brasil

A identificação correta das doses para crianças de 5 a 11 anos é uma obrigação das autoridades públicas, que devem garantir ainda um treinamento eficiente para toda a equipe responsávelAgência Brasil

De acordo com a Pfizer, a quantidade aplicada nas crianças foi cuidadosamente selecionada com base em dados de segurança e imunogenicidadeAgência Brasil

Os estudos clínicos da farmacêutica indicaram menor possibilidade de reações adversas no uso de doses menores. As respostas imunológicas também se mostraram mais eficientes porque as crianças, normalmente, têm resposta imune mais robusta Rafaela Felicciano/Metrópoles

Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi graveRafaela Felicciano/Metrópoles
O estudo clínico foi feito no momento em que a Ômicron era predominante no país. A empresa avaliou que mesmo a eficácia mais baixa ainda é significativa e consistente comparada com a gerada em adultos
A maioria dos efeitos colaterais observados foram leves ou moderados e mais frequentes após a segunda aplicação.
Pedido de uso
A farmacêutica norte-americana informou que pedirá, dentro de algumas semanas, a autorização para o uso do imunizante nesta faixa etária às agências de saúde dos Estados Unidos, Europa e outros países.
“Dada a necessidade de uma vacina contra a Covid-19 em bebês e crianças pequenas, estamos trabalhando com o FDA (agência de saúde equivalente à Anvisa no Brasil) dos EUA e reguladores globalmente para enviar esses dados o mais rápido possível”, disse o presidente-executivo da Moderna, Stephane Bancel, em comunicado.
A empresa também testa doses menores para crianças menores de 5 anos, com apenas 3 microgramas, à pedido da FDA.
“No entanto, acreditamos que os dados atuais realmente apoiam as seleções de dose que fizemos nesta faixa etária. Estamos confiantes na dose que escolhemos”, disse Jacqueline Miller, uma das principais cientistas da Moderna, à Reuters.