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Mesmo sem eficácia comprovada, venda de remédios contra Covid-19 cresce

Mudanças nas regras da Anvisa, pressão do governo e uso de remédios fora da indicação prevista em bula motivaram crescimento exponencial

atualizado

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HAL GATEWOOD/UNSPLASH
comprimidos em fundo azul
1 de 1 comprimidos em fundo azul - Foto: HAL GATEWOOD/UNSPLASH

Apesar de não existir nenhum remédio comprovadamente eficaz na prevenção da Covid-19, um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) mostrou que as vendas de medicamentos como a hidroxicloroquina (antimalárico), a ivermectina (vermífugo) e a nitazoxanida (antiparasitário) aumentaram expressivamente em 2020.

Segundo o documento, a comercialização de ivermectina foi a que mais cresceu. Em 2019, foram vendidas 8.188.216 unidades do remédio, contra 53.818.621 em 2020, representando um crescimento de 557%. A venda de hidroxicloroquina passou de 963 mil em 2019 para 2 milhões de unidades em 2020 — um aumento de 113%.

Outros produtos também registraram aumento considerável nas vendas, como o ácido ascórbico (vitamina C), que vendeu 59% a mais em 2020 do que no ano anterior. As vendas de colecalciferol (vitamina D) aumentaram 81%, enquanto o comércio do antiparasitário nitazoxanida cresceu 10%.

Em entrevista ao G1, entidades e especialistas afirmaram que o aumento nas vendas dos medicamentos ocorreu por conta de declarações e medidas aprovadas por representantes e órgãos do governo federal, que teriam pressionado as farmácias a comercializar os remédios.

As vendas foram alavancadas, ainda, por resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que abrandaram ou restringiram o nível de exigência das receitas – incluindo ou excluindo estes medicamentos “anti-coronavírus” na lista de controle especial.

Em março, quando a hidroxicloroquina passou a ser de controle especial, o acesso ao medicamento foi dificultado e as vendas diminuíram, segundo Tarcísio Palhano, assessor da presidência do CFF e presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica em entrevista ao G1. O dado exemplificaria que o aumento ou a diminuição das vendas varia em função da rigidez, ou da flexibilização, das normas sanitárias estabelecidas pela Anvisa.

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