Jejum intermitente pode aumentar risco de morte precoce, diz estudo

Pesquisa indica que o jejum intermitente aumenta as chances de morte precoce em 30%. Resultados não mudaram em quem tinha hábitos saudáveis

atualizado 25/11/2022 15:54

comida disposta em prato como um relógio Getty Images

O jejum intermitente é uma das dietas mais populares da atualidade. Mas um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, aponta que apostar em pelo menos três refeições diárias é necessário para viver mais.

A pesquisa foi publicada na revista Journal of Academy of Nutrition and Diabetics neste ano e envolveu 24 mil norte-americanos a partir de 40 anos. Dos participantes, cerca de 13 mil comiam apenas uma ou duas refeições diariamente.

Os cientistas realizaram entrevistas anuais por telefone e aplicaram questionários on-line. Os voluntários responderam sobre os seus hábitos alimentares e de atividade física, quantas vezes comiam por dia e o intervalo entre as refeições.

As perguntas foram aplicadas entre 1999 e 2014, e as respostas foram comparadas com os laudos médicos dos participantes. No total, houve 4.175 mortes até o final do estudo, sendo que 878 foram causadas por problemas cardíacos.

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Risco de doença cardíaca

Em comparação com os participantes que fazem três refeições por dia, comer apenas uma vez foi associado a um aumento de 30% no risco de mortalidade por todas as causas, e de 83% no risco de morte por doenças cardíacas.

Os participantes que pulam o café da manhã tiveram um risco 40% maior de morte por condições cardíacas (como infarto) em comparação com aqueles que comem a refeição. No caso de quem não almoça ou janta, o aumento da chance de morte por qualquer motivo foi de até 16%.

Enquanto isso, pessoas que comiam três refeições por dia, mas com intervalo de menos de quatro horas e meia entre elas, apresentaram risco 17% maior de mortalidade por todas as causas, quando comparados a quem espaçava o horário alimentar em cinco horas ou mais.

Estilo de vida não interfere

Fatores como prática regular de exercícios físicos e baixo consumo de álcool não influenciaram na redução do risco de morte dos voluntários que adotaram o jejum intermitente.

“Em um tempo no qual o jejum intermitente é considerado uma solução para a perda de peso, saúde metabólica e prevenção de doenças, nosso estudo é importante para muitos norte-americanos que comem menos de três refeições diárias”, afirma o cientista Yangbo Sun, que conduziu o estudo.

O coautor da pesquisa, Wei Bao, acrescenta que as conclusões são baseadas em observações retiradas de perguntas e não significam uma relação de causa-efeito. Mesmo assim, ele afirma que os resultados fazem sentido no metabólico.

A ciência já mostrou que quando o paciente come em horários certos e em quantidades controladas, o metabolismo funciona melhor do que quando o corpo é privado de comida.

Os pesquisadores acreditam que o estudo contribui para produzir outras evidências relacionando os hábitos alimentares com a longevidade. Eles pretendem prosseguir com mais análises sobre o tema.

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