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Salto de gripe aviária para humanos é historicamente raro, diz estudo

Pesquisadores da Holanda analisaram o histórico de 50 anos de cepas do vírus da gripe aviária para entender a evolução ao longo do tempo

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Um estudo publicado na segunda-feira (17/7), na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), comprova que o salto evolutivo para o vírus da gripe aviária infectar humanos é muito raro e requer tempo.

A doença voltou a colocar o mundo em alerta após uma sucessão de casos relacionados à cepa H5N1 registrados entre animais silvestres e domésticos e algumas espécies de mamíferos de diversos países. O novo estudo explica os principais fatores que poderiam levar a um surto entre humanos.

“Até o momento, a epidemia de gripe aviária que atinge animais de criação e selvagens em todo o mundo não estabeleceu uma transmissão sustentada de humanos para humanos, e nosso estudo demonstrou que tais eventos são raros”, afirma o coordenador do estudo, Erik de Vries, pesquisador da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Utrecht, na Holanda.

O grupo de Vries analisou o histórico de 50 anos de cepas do vírus H3N2 para medir a evolução da força do patógeno e a especificidade de ligação a alguns receptores.

Alterações na proteína hemaglutinina, responsável pela ligação do vírus com as células do hospedeiro, ocorreram apenas duas vezes em toda a história de evolução do vírus influenza A H3N2, o mesmo que causou a pandemia de gripe aviária em 1968.

Desde então, oito anos se passaram até o surgimento de mutações com maior afinidade com as células receptoras humanas, mas não foram suficientes para infectá-los de maneira mais eficaz ou para se adaptar à espécie, como ocorreu com o H1N1 na pandemia de 2009.

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De acordo com os pesquisadores, uma conjuntura de fatores precisa se alinhar para aumentar a capacidade do vírus de saltar entre as espécies.

Entre esses fatores, incluem-se: afinidade às células humanas, alta taxa de transmissão, presença em diferentes tecidos do corpo e acúmulo de outras mutações que facilitem a infecção entre humanos.

Vries lembra que a mutação da hemaglutinina do vírus para humanos não foi o suficiente para levar ao processo de seleção natural na nossa espécie. Trata-se de um processo lento, do qual participam vários fatores, inclusive mutações nos genes nucleares do vírus.

Testes com baixas e altas doses do vírus mostraram que, além da mutação, seria preciso um grande volume de cópias do patógeno para garantir a transmissão para humanos, o que é raro.

A ligação com as células humanas pode ocorrer mesmo com doses mais baixas do vírus, com maior afinidade às células receptoras, mas, nesta situação, não ocorre a transmissão de célula para célula.

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