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Antialérgico pode ajudar tratamento da esclerose múltipla, diz estudo

Pesquisa mostrou que o uso do remédio pode reparar transmissores neurais que haviam sido danificados e que sua ação pode ser de longo prazo

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Brian Chiou/Universidade da Califórinia
Exames de imagem permitiram avaliar a recuperação da mielina em pessoas com esclerose múltipla que foram tratadas usando o antialérgico
1 de 1 Exames de imagem permitiram avaliar a recuperação da mielina em pessoas com esclerose múltipla que foram tratadas usando o antialérgico - Foto: Brian Chiou/Universidade da Califórinia

Neurologistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, conseguiram dar mais um passo para encontrar um tratamento contra a esclerose múltipla. A clemastina, um antialérgico, se mostrou eficaz em estudos clínicos para reparar o dano cerebral provocado pela doença.

Uma das principais vantagens do tratamento é que a clemastina é um anti-histamínico de venda livre e baixo custo. Caso os efeitos sejam comprovados em novas rodadas de teste, o medicamento poderá ser disponibilizado prontamente para reverter sintomas e sinais da doença.

O levantamento é a continuação de uma pesquisa de 10 anos que mostrou, em casos práticos, os benefícios do uso da substância no tratamento da esclerose múltipla. Porém, os cientistas ainda não tinham conseguido demonstrar como e em que nível ocorria a reparação de transmissores neurais do cérebro afetado pela doença.

Como foi feito o estudo?

Para contornar 0 problema, os cientistas desenvolveram uma técnica única de ressonância magnética capaz de medir as alterações nos níveis de mielina antes e depois da administração do medicamento, estabelecendo um novo padrão para rastrear a recuperação de 50 participantes do estudo clínico.

A pesquisa demonstrou que o remédio estimula a recuperação da mielina, uma estrutura isolante que permite a comunicação entre os neurônios e que é debilitada em casos de esclerose múltipla. Essa perda de mielina desencadeia atrasos nos sinais nervosos, levando à fraqueza e espasticidade, perda de visão, lentidão cognitiva e outros sintomas comuns da doença.

No estudo, publicado em 8 de maio na revista científica PNAS, os pesquisadores descobriram que pacientes com esclerose múltipla tratados com o antialérgico apresentaram reparo da mielina.

Quais as vantagens do tratamento?

Este tratamento permitirá que pessoas com esclerose múltipla tenham algumas funções neuronais finas restauradas. Os tratamentos disponíveis atualmente se focam apenas em manter as funções motoras, como a capacidade de caminhar, para evitar o uso de cadeiras de rodas.

“Pessoas com esclerose múltipla não podem entrar em um teatro escuro porque não conseguem enxergar bem o suficiente para encontrar um assento. Eles não podem olhar através de uma janela brilhante. Sua memória, atenção e julgamento não são exatamente os mesmos. Esperamos poder restaurar algumas dessas deficiências menores e menos óbvias”, explica o neuro-oftalmologista Ari Green, um dos líderes do estudo, em entrevista ao site da universidade.

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No estudo, os pacientes com esclerose múltipla foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu clemastina nos primeiros três meses, e o segundo tomou doses do antialérgico entre o terceiro e o quinto mês.

Usando um biomarcador, os pesquisadores descobriram que a melhora observada no primeiro grupo continuou sendo observada mesmo depois que as doses da clemastina foram interrompidas, mostrando que o tratamento pode ser eficaz a longo prazo.

O que é a esclerose múltipla?

A esclerose múltipla é uma doença imunomediada, inflamatória, desmielinizante e neurodegenerativa, que debilita tanto a massa branca quanto a cinzenta do cérebro.

A doença acomete usualmente adultos jovens, dos 20 aos 50 anos de idade, com pico aos 30 anos, sendo mais rara quando se inicia fora dessa faixa etária. Em média, é duas vezes mais frequente em mulheres. Estima-se que, no mundo, o número de pessoas com a condição esteja entre 2 e 2,5 milhões.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil apresenta uma incidência média de casos de 8,69 para cada 100 mil habitantes. A prevalência regional é menor no Nordeste (1,36 por 100 mil habitantes), e maior na região Sul (27,2 por 100 mil habitantes).

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