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Engenheiros canadenses criam miniatura de parte do coração humano

Pesquisadores desenvolveram miniatura de um tecido do ventrículo esquerdo do órgão e conseguiram reproduzir batimentos

atualizado

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Sargol Okhovatian/UofT
Foto colorida de experimento científico
1 de 1 Foto colorida de experimento científico - Foto: Sargol Okhovatian/UofT

As pesquisas sobre o tratamento de doenças cardiovasculares percorreram um longo caminho nas últimas décadas. Ainda assim, o último feito da equipe de engenharia da Universidade de Toronto, no Canadá, surpreende. Os cientistas conseguiram recriar um tecido semelhante ao do coração humano que bate como o verdadeiro.

A descoberta abre caminhos para o desenvolvimento de tratamentos e remédios de forma mais ética e precisa. Além disso, o modelo vai ajudar em estudos sobre o surgimento de condições cardiovasculares em humanos.

Os pesquisadores usaram o método de engenharia reversa – quando se tenta refazer os passos de algo já existe – para recriar um vaso do ventrículo esquerdo. A réplica em tecido bioartificial tem apenas um milímetro de comprimento.

No coração humano, o ventrículo esquerdo bombeia o sangue recém-oxigenado para a aorta e daí para o resto do corpo. O surpreendente é que a miniatura criada em laboratório também foi capaz de bater, assim como o órgão real.

“Com nosso modelo, podemos medir o volume de ejeção – quando o fluído é empurrado para fora cada vez que o ventrículo se contrai – bem como a pressão desse fluído”, afirmou, em um texto do departamento de engenharia da Universidade de Toronto, a engenheira biomédica Sargol Okhovatian.

Processo de criação

O tecido, criado em laboratório, foi desenvolvido a partir de uma mistura de materiais sintéticos e biológicos. As células biológicas foram derivadas de tecidos cardiovasculares de ratos jovens. Em seguida, elas foram cultivadas em um polímero com ranhuras para direcionar o crescimento do tecido.

Esse procedimento forçou a estrutura a imitar o alinhamento das fibras do órgão. Os engenheiros fizeram isso três vezes, conferindo à miniatura três camadas de tecido.

Para obter os batimentos cardíacos, os pesquisadores deram choques elétricos no protótipo. Juntado todos esses processos, foi obtida a miniatura do ventrículo esquerdo em laboratório. Ela não consegue ejetar sangue, mas o objetivo é que seja aperfeiçoada com o tempo.

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