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Covid: especialistas sugerem dose única da vacina uma vez ao ano

Pesquisadores debatem o futuro da vacinação contra Covid-19 na 25ª edição da Jornada Nacional de Imunizações, que ocorre esta semana

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Hugo Barreto/Metrópoles
Foto colorida mostra pessoa sendo vacinada contra Covid-19 - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida mostra pessoa sendo vacinada contra Covid-19 - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Florianópolis – A primeira dose de uma vacina contra a Covid-19 foi aplicada no mundo em dezembro de 2020. Desde então, muito mudou. Diferentes variantes do coronavírus surgiram, obrigando os cientistas a desenvolverem versões atualizadas dos imunizantes para garantir altas taxas de efetividade.

Mas afinal de contas, qual é o futuro da vacinação contra a Covid-19? Teremos que seguir nos vacinando pelos próximos anos? Cientistas acreditam que sim, mas o foco, a partir de agora, deverá ser as populações mais vulneráveis a desenvolver quadros graves da doença.

Outro ponto importante é a fórmula da vacina. Alguns cientistas consideram que a melhor estratégia é investir em uma versão monovalente, focada na proteção contra a variante Ômicron, deixando de lado as versões anteriores do vírus, que já não circulam mais.

“A bivalente ainda é boa, ela desempenhou um papel importante na redução dos casos graves e hospitalização em UTI, mas novas vacinas precisam ser desenvolvidas. Quando a variante original desaparece, não há lógica que o imunizante seja bivalente: ela precisa ser monovalente, mas atualizada”, afirma o secretário do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) Eduardo Jorge da Fonseca Lima, durante a 25ª Jornada Nacional de Imunizações.

O evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) ocorre de quarta-feira (20/9) a sábado (23/9), em Florianópolis, com a participação de médicos de todo o país.

O Ministério da Saúde estuda hoje como implementar a vacina contra a Covid-19 – usada até então em caráter emergencial – em um calendário oficial de rotina. A estratégia é semelhante ao que ocorre com a prevenção da influenza, com doses anuais destinadas a um grupo específico da população.

Para isso, a pasta avalia as recomendações do Comitê Técnico Assessor, formado por especialistas indicados por sociedades médicas e as orientações de entidades internacionais, tendo o Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (Sage) da Organização Mundial da Saúde (OMS) como norteador.

“Estamos em novo cenário epidemiológico. Nós consideramos 2023 um ano de transição, com uma estratégia mais definida e alinhada com a vacinação de rotina”, afirma o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Eder Gatt.

Reforço anual

Atualmente, a OMS recomenda que, após completar a imunização primária, seja feita a vacinação anual com uma dose de reforço nas pessoas dos grupos prioritários, consideradas com maior risco de morte.

Gatt acredita que este deve ser o pontapé inicial para estabelecer os grupos contemplados pelo PNI, bem como a inclusão das crianças de 6 meses a 4 anos com esquema básico de três doses.

“A OMS reconhece este plano como o mínimo. A partir disso, podemos avançar para outros grupos. As crianças não tiveram exposição prévia ao coronavírus e precisam ter a oportunidade de se vacinar”, explica Gatt. O número de doses anuais também pode ser revisto.

O diretor do PNI espera que as recomendações definitivas sejam anunciadas nos próximos meses, após a aprovação tripartite – com a pactuação da União, estados, do Distrito Federal e dos municípios – e implementadas no início de 2024.

A repórter viajou para Florianópolis à convite da Sociedade Brasileira de Imunizações.

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