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Cientistas criam dispositivo para restaurar olfato perdido com Covid

Aparelho é similar ao usado por pessoas com deficiência auditiva. Com impulsos elétricos, ele estimula o cérebro dos usuários

atualizado

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VCU/Reprodução
protótipo vcu para olfato
1 de 1 protótipo vcu para olfato - Foto: VCU/Reprodução

Uma das principais sequelas da Covid-19, principalmente em pacientes da primeira onda da doença, foi a perda de olfato. O sintoma era muito comum, e há indivíduos que não recuperaram até hoje a capacidade de sentir cheiros.

Para resolver o problema, pesquisadores da Virginia Commonwealth University, nos Estados Unidos, estão criando um dispositivo que funciona como um aparelho de surdez, mas para o olfato.

Em formato de óculos, o protótipo detecta os odores do ambiente, e envia um sinal que é transformado em impulso elétrico para estimular o bulbo olfatório: cada cheiro terá um tipo de padrão para que o cérebro entenda as diferenças e o senso de odor seja detectado.

“Estamos tentando descobrir uma maneira de restaurar o senso de odor há quase três décadas. Há uns 10 anos, tive a ideia de que poderíamos desviar do nervo olfatório danificado, usando um implante coclear, que estimularia partes do cérebro restaurarando a percepção de cheiro”, explica Richard Costanzo, neurofisiologista responsável pelo estudo, em entrevista ao Daily Mail.

A perda de olfato pode acontecer por outros fatores além da Covid – danos neurológicos decorrentes de uma lesão no cérebro ou uma cirurgia invasiva também causam o problema.

Costanzo conta que ainda não se sabe exatamente qual parte do cérebro sente o cheiro de uma banana ou uma maçã (e pode nem ser um lugar só). Os pesquisadores pegaram carona em um estudo sobre epilepsia, e estimularam os voluntários com vários cheiros enquanto estavam sendo observados, para entender onde colocar os eletrodos.

O cientista está animado: depois de anos falando aos seus pacientes que não há cura para a perda de olfato causada por acidentes, essa pode ser uma nova esperança. “Acho que quanto mais pessoas trabalharem nisso, melhor  vai ser a nossa solução para o paciente”, explica.

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