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Câncer no útero: doença que acometeu Fátima Bernardes pode atingir duas estruturas do órgão

Recentemente diagnosticado na apresentadora, o problema pode ter causas e tratamentos diferentes, a depender dos tumores

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Fátima Bernardes
1 de 1 Fátima Bernardes - Foto: Reprodução/TV Globo

O anúncio de que Fátima Bernardes foi diagnosticada com câncer no útero, postado nas redes sociais pela própria apresentadora, pegou os fãs de surpresa. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), há dois tipos de câncer que podem afetar o órgão: o de colo de útero, considerado mais comum, ou o de corpo de útero. Ainda não há informações sobre qual dos dois tipos de tumor foi diagnosticado em Fátima Bernardes.

Adriana Castelo, médica oncologista do Grupo Santa e Hospital Universitário de Brasília (HUB), explica que ambos os cânceres, quando diagnosticados precocemente, têm taxa de cura altíssima. “Acredito que o câncer da Fátima Bernardes seja o de colo de útero. O tratamento nesse caso é com cirurgia, que pode ser complementada com radioterapia, a depender do resultado da operação”, detalhou a médica.

O útero é dividido em uma porção inferior, chamada colo do útero, e em outra porção denominada corpo do útero. Esta segunda parte do útero divide-se, ainda, miométrio (camada muscular externa) e endométrio (camada interna, que descama na menstruação). “Os tumores de endométrio são mais comuns em mulheres na pós menopausa, mas cerca de 20% deles podem acontecer na pré- menopausa, por isso é difícil saber qual é o da Fátima”, explica Adriana Castelo.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 16.590 novos casos de câncer de colo de útero em 2020, contra 6.540 novos diagnósticos de câncer do corpo do útero. Segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2018, cerca de 6.526 mulheres morreram em decorrência do câncer de colo de útero, contra 1.743 mortes causadas pelo câncer de endométrio.

Os fatores de risco do tumor de endométrio também são diferentes dos do câncer de colo de útero. Enquanto o HPV (papilomavírus humano) é o principal fator de risco do câncer de colo do útero, no caso do câncer de corpo uterino há maior presença de fatores genéticos e síndromes como causadores da doença. “Obesidade, diabetes, menarca precoce ou menopausa tardia também são fatores de risco para o câncer de corpo de útero”, completa a oncologista.

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Apaixonados! Fátima Bernardes e Túlio Gadêlha
Fátima Bernardes apresenta O Encontro, na Rede Globo
Fátima Bernardes tranquilizou os fãs
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De acordo com o Inca, o início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros são fatores que aumentam o risco de desenvolver o tipo mais comum de câncer uterino. Os tumores no colo do útero estão diretamente relacionados à quantidade de cigarros fumados, por isso o tabagismo entra como importante fator de risco. O uso prolongado de pílulas anticoncepcionais também pode aumentar as chances de desenvolver o problema.

A boa notícia é que o câncer cervical é prevenível e curável, especialmente quando detectado precocemente. Segundo o Inca, quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical ou de corpo de útero são de 100%. O tratamento de ambos os cânceres envolve cirurgia em um estágio inicial, segundo Adriana Castelo. “O endométrio a gente opera até uma doença mais avançada, mesmo quando compromete gânglios. A tendência em ambos é começar com cirurgia e complementar com quimio e radioterapia.”

O câncer do colo do útero desenvolve-se lentamente, podendo não apresentar sintomas em sua fase inicial. Casos avançados, contudo, podem evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.

No caso do câncer de corpo de útero, o principal sintoma é o sangramento vaginal fora do período menstrual. Sangramento entre os ciclos menstruais, sangramento vaginal mais intenso que o habitual ou qualquer sangramento vaginal em mulher que já se encontra na menopausa são importantes sinais de alerta, de acordo com o Inca.

Vacinação preventiva

Todos os anos, o câncer de colo de útero (ou câncer cervical) registra mais de 570 mil novos casos no mundo inteiro, segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Destes, 311 mil mulheres não sobrevivem à doença. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria das mortes ocorrem em países com baixo índice de desenvolvimento. Nesses locais, o risco de morrer de câncer cervical antes dos 75 anos é três vezes maior que em grandes centros.

Para promover a conscientização a respeito da doença, a Febrasgo lançou, em novembro, uma campanha sobre o câncer de colo uterino. Segundo a entidade, este tipo de câncer ocupa o terceiro lugar entre as neoplasias malignas entre as mulheres no Brasil, com 15,43 casos por 100 mil mulheres ao ano. A doença é, também, a quarta em mortalidade. Em todo o país, os novos casos da doença devem chegar a 16.590, de acordo com o Inca.

A vacinação profilática contra os principais tipos de HPV é a melhor forma de prevenir a doença. Em 2014, o governo incluiu a vacina quadrivalente no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O público-alvo da imunização são meninas de 9 a 14 anos em esquema de duas doses, com intervalo de 6 meses entre cada uma. Em 2017, o programa passou a contemplar também meninos de 11 a 14 anos, no esquema de duas doses.

Além da vacina, o risco de desenvolver câncer do colo do útero pode diminuir caso sejam feitos testes de rastreamento (prevenção secundária) periódicos. Quando em fase pré-clínica (sem sintomas), a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita com o exame preventivo (Papanicolaou). A doença é silenciosa em seu início e sinais e sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor aparecem em fases mais avançadas da doença, segundo o Inca.

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