A chegada da nova subvariante BQ.1 da Ômicron reforça a importância da testagem como um dos meios mais eficazes para conter a Covid-19. O diagnóstico correto permite que as pessoas infectadas pelo vírus, mesmo as que apresentsm apenas sintomas leves, se isolem e contribuam para impedir o avanço da doença.
As mutações sofridas pela nova sublinhagem – que é uma ramificação da cepa BA.5 – aumentaram a capacidade de escape em relação à resposta imunológica. Ou seja, os imunizantes anteriores e a proteção adquirida pelo contato com o vírus não evitam novas infecções.
Assim como países da Europa e da Ásia, o Brasil tem experimentado uma alta nas taxas de transmissão, levando os profissionais de saúde ao estado de alerta para uma possível nova onda da Covid. O segmento de diagnóstico in vitro, responsável pela fabricação de testes e autotestes para detectar a doença, por exemplo, já se prepara para um aumento na procura dos produtos.
Testes rápidos e autotestes
De acordo com Josely Chiarella, farmacêutica e diretora técnica da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), os fabricantes de testes rápidos e autotestes já estão preparadas para atender o crescimento de demandas por testes. Ela afirma que os produtos disponíveis são eficientes para detectar as novas variantes.
“Pessoas sintomáticas devem fazer autotestes ou testes rápidos para que possam tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, buscar tratamento para os sintomas. Além disso, devem fazer uso correto de máscaras para evitar o risco de contaminação de outras pessoas”, comenta Josely.
A farmacêutica explica que os testes também são uma ferramenta importante para a triagem dos pacientes. Segundo ela, todos os resultados positivos são obrigatoriamente encaminhados às autoridades, com o intuito de monitorar a evolução da doença no país.

Mesmo em países com alta taxa de imunização, o número de vacinados infectados pela Covid está crescendo. Apesar do que possa parecer, isso não significa que os imunizantes não funcionamGeber86/ Getty Images

Ao contrário do que muitos pensam, a vacina, na verdade, não impede a contaminação, mas diminui as chances de casos mais graves que possam levar à morte. Por isso é importante continuar tomando as doses indicadas e manter os cuidados para prevenir a infecçãoJavier Zayas Photography/ Getty Images

No Brasil, o recente aumento de casos de Covid-19 indica que estamos entrando em uma quarta onda da doença, especialmente devido à circulação de subvariantes mais transmissíveis da ÔmicronLucas Ninno/ Getty Images

Alguns dos principais sintomas da Covid-19 em vacinados são: tosse, coriza e congestão nasal, fadiga e letargia, dor de garganta, dor de cabeça, dor muscular, febre e espirrosUwe Krejci/ Getty Images

Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), os infectados são, em sua maioria, jovens. Além disso, segundo epidemiologistas da instituição, os casos não estão gerando hospitalizações, mas devem ser acompanhadosPhotoAlto/Frederic Cirou/ Getty Images

A indicação continua sendo a mesma: ao apresentar alguns dos sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para realizar o teste da doença. Outra opção é recorrer ao autoteste da Covid, que pode ser encontrado em farmácias. Em caso de resultado positivo, manter o isolamento Maskot/ Getty Images

O autoteste é um exame rápido de antígeno que pode ser feito pela própria pessoa por meio da coleta do material no nariz com cotonete. O resultado sai de 15 a 20 minutos e é indicado para quem está apresentando os primeiros sintomas da doençaImages By Tang Ming Tung/ Getty Images
BQ.1 no Brasil
A subvariante foi identificada pela primeira vez no Brasil em 20 de outubro, após um sequenciamento feito pela Fiocruz Amazonas no estado. Até esta quinta-feira (10/11), haviam sido notificados pelo Ministério da Saúde, cinco casos da cepa no país.
Na última terça-feira (8), no estado de São Paulo, ocorreu a primeira morte de uma paciente infectada pela BQ.1 no Brasil. A mulher tinha 72 anos e possuía comorbidades.