Botox pode alterar a atividade cerebral ligada às emoções, diz estudo

Pesquisa da Universidade da Califórnia, nos EUA, mostra que as aplicações de botox no rosto podem prejudicar o reconhecimento das emoções

atualizado 27/03/2023 13:43

Preenchimento cutâneo Getty Images

Injeções de botox no rosto podem alterar a maneira como as pessoas interpretam as emoções de outros indivíduos, de acordo com uma pesquisa feita por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. O estudo, divulgado na revista NewScientist, mostra que o procedimento pode modificar a atividade cerebral ligada ao reconhecimento de sentimentos.

A aplicação de toxina botulínica é um dos procedimentos mais populares entre as pessoas que almejam por um rosto mais jovem. O composto é usualmente aplicado em pontos da testa, ao redor dos olhos e da boca, suavizando as linhas de expressão e rugas.

Por ficar com o rosto mais “esticado”, algumas pessoas acabam tendo a capacidade de demonstrar emoções com expressões faciais reduzida. O novo estudo mostra que a substância pode interferir também na atividade cerebral ligada ao reconhecimento dos sentimentos.

É natural do ser humano tentar imitar as emoções de outras pessoas inconscientemente, enviando sinais para as áreas do cérebro que interpretam os sentimentos, em um processo que nos ajuda a reconhecê-los.

Os cientistas da Universidade da Califórnia e pesquisadores da farmacêutica AbbVie, fabricante de botox, realizaram exames cerebrais em dez mulheres antes que elas recebessem injeções de botox na testa e repetiram os testes após o intervalo de duas a três semanas.

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As participantes deveriam tentar reconhecer sentimentos de raiva e felicidade em fotos de rostos apresentadas durante as varreduras cerebrais. Foi observada uma alteração na atividade de algumas áreas cerebrais relacionadas ao processamento visual, das emoções e do reconhecimento de rostos – como a amígdala e o giro fusiforme – após a aplicação da substância.

Os pesquisadores sugerem que, quando os indivíduos são privados de se expressar – de sorrir ou franzir a testa, por exemplo –, isso também dificulta a sua leitura e compreensão sobre o outro.

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