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A pandemia de Covid finalmente acabou? Veja a opinião de especialistas

Vivendo o cenário mais favorável desde que o primeiro caso foi identificado no país, o Brasil já voltou à normalidade e abandonou a máscara

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Ilustração colorida mapa mundi com pontos vermelhos fazendo alusão à Covid - Metrópoles
1 de 1 Ilustração colorida mapa mundi com pontos vermelhos fazendo alusão à Covid - Metrópoles - Foto: Getty Images

Em 31 de dezembro de 2019, o governo da China informou a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a identificação de um novo vírus, responsável por uma pneumonia que poderia levar à morte. Era o começo da história do planeta com o coronavírus, patógeno que se espalhou para quase todos os países do mundo — só o Turcomenistão não registrou nenhum caso –, matando cerca de 6,5 milhões de pessoas.

A pandemia de Covid-19, como ficou conhecida a doença causada pelo coronavírus, foi decretada pela OMS em 11 de março de 2020. Sem saber como combater o vírus respiratório, boa parte da população mundial ficou em casa, evitando contato com o mundo exterior, e as máscaras de proteção se tornaram obrigatórias. A ciência correu contra o tempo para desenvolver uma vacina eficaz, enquanto pesquisadores testavam medicamentos que pudessem evitar que os pacientes precisassem de internação intensiva e uso de respirador.

No auge da pandemia, o Brasil chegou a registrar 286 mil novos casos em apenas um dia. O recorde de mortes em um único dia foi contabilizado em 8 de abril de 2021: 4.249 óbitos.

Porém, agora, em outubro de 2022, a situação está controlada. Depois da vacina, os casos e óbitos caíram muito, as taxas de transmissão permanecem abaixo de um, indicando que a propagação do vírus não está aumentando, e há meses não aparece uma nova variante perigosa como a Ômicron. As máscaras se tornaram exceção — hoje, é muito difícil encontrar quem siga fiel ao item.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o mundo nunca esteve tão próximo do fim da pandemia, que só pode ser decretada pela organização internacional. A entidade considera que a linha de chegada está próxima, mas é preciso dar um último gás. A baixa cobertura vacinal em alguns países da África, a leve alta nos casos registrada na Europa, e a possibilidade de interrupção de vários programas da OMS para imunizantes e tratamentos quando o estado de emergência for finalizado são alguns dos motivos pelos quais a organização ainda resiste em decretar o fim.

E no Brasil, será que superamos a pandemia? O Ministério da Saúde já decretou o fim do estado de emergência, mas será que realmente estamos prontos para decretar que a guerra contra o coronavírus foi vencida?

O Metrópoles conversou com sete especialistas para entender em que ponto estamos. Confira, na galeria, a opinião de cada um deles:

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Ainda é cedo?

Para a maioria dos especialistas, ainda é preciso esperar e acompanhar qual será o cenário da Covid-19 durante o inverno no hemisfério norte — desde o início da pandemia, é por lá que as novas variantes se espalham e, depois, o cenário se repete no Brasil. Como o país não está isolado no planeta, e a OMS afirma que os casos estão subindo na Europa, é preciso continuar atento.

Outro ponto importante é a falta de testes — com o desenvolvimento dos autoexames, muitas pessoas optam por fazer o teste em casa e, mesmo positivo, não informam as autoridades sanitárias, impactando o registro e dando uma falsa sensação de segurança. A evolução dos sintomas, que hoje são muito mais brandos e levemente diferentes em relação aos do começo da pandemia, também influencia. Parte da população sequer sabe que está infectada, não se testa e continua circulando sem máscara.

Os especialistas concordam que o Brasil parece estar vivendo o melhor momento desde o começo da pandemia, mas ressaltam a importância de tomar as terceiras e quartas doses, quando disponíveis, e imunizar as crianças.

Eles alertam ainda que é preciso reforçar as estratégias para evitar que o coronavírus encontre espaço e volte a sofrer mutações. Por isso, ressaltam a necessidade de cuidar da proteção individual, usando álcool gel e optando por manter a máscara em locais com aglomeração grande de pessoas.

A OMS, que é a responsável por decretar o fim da pandemia, continua sustentando que, dois anos e meio depois dos primeiros casos, a sociedade já tem as ferramentas para acabar de vez com a Covid-19.

“Nunca estivemos em melhor posição para acabar com a pandemia. Ainda não chegamos lá. Mas o fim está à vista”, afirmou Ghebreyesus, em entrevista coletiva realizada em Genebra, na Suíça, em 14 de setembro.

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