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Violência contra a mulher: uma casa é invadida a cada 4 horas em SP

Além de feminicídios e agressões, casos de casa invadida em que as vítimas da violência são mulheres também crescem em São Paulo

atualizado

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Imagem colorida mostra mulher sentada no canto enquanto uma mão masculina fechada a ameaça, em um caso de possível feminicídio - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra mulher sentada no canto enquanto uma mão masculina fechada a ameaça, em um caso de possível feminicídio - Metrópoles - Foto: Getty Images/Reprodução

São Paulo – A invasão de casas em que as vítimas são mulheres registrou aumento de 568% no estado de São Paulo entre janeiro e novembro deste ano em relação ao mesmo período de 2019, ano pré-pandemia.

Foram 2.405 ocorrências este ano, ante 360 nos primeiros 11 meses de 2019. Considerando os registros deste ano, é como se uma residência fosse fosse invadida no estado de São Paulo a cada quatro horas. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Esse tipo de delito pode abrir caminho para crimes mais violentos, como espancamentos e assassinatos, praticados muitas vezes por ex-companheiros.

Em alguns casos, os crimes são cometidos mesmo quando há medidas protetivas, cujos registros aumentaram de 17.536, em 2022, para 26.996 (54%) até meados de dezembro deste ano, ainda de acordo com a SSP.

No ano passado, como mostrado pelo Metrópoles, Sidnei Flauzino de Sousa, de 45 anos (foto abaixo), foi condenado a 32 anos de prisão, em regime fechado, por tentar matar a ex-companheira, após invadir a casa dela em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Mesmo havendo uma medida protetiva contra Sidnei, ele feriu a vítima com três facadas, na região do pescoço, deixando-a tetraplégica.

Imagem colorida mostra homem pardo com boné, camisa polo rosa deitado em chão de terra durante prisão; ele é criminoso condenado por dar facadas na ex-companheira, que ficou tetraplégica - Metrópoles
Sidnei Flauzino de Souza deixou ex tetraplégica

Invasão e estupro

Outro caso mostrado pelo Metrópoles é o do jogador de futebol Carlos Guilherme de Oliveira, o Carlinhos. Sua ex-mulher relatou à polícia que o atleta invadiu a casa da vítima, no início deste mês, e a submeteu a quatro horas de terror.

Durante esse período, ele matou o atual namorado da ex-mulher e a violentou sexualmente. Carlos é procurado pela Polícia Civil de Jandira, na Grande São Paulo, desde o último dia 3.

Oito dias depois do assassinato seguido de estupro, um cadáver com sinais de violência e carbonizado foi encontrado no limite entre as cidades de São Roque e Itapevi, também na região metropolitana. Havia a suspeita de que o corpo fosse do atleta foragido.

Até a publicação desta reportagem a SSP não havia atualizado o andamento da investigação.

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Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Rafael Alcadipani, o aumento dos casos de violência contra a mulher, incluindo as invasões de residências, mostram a “ausência de políticas públicas”, por parte da SSP, para lidar com crimes que “podem levar à morte”.

“Falou-se muito em um aplicativo de medidas de combate à violência, mas os números mostram que, infelizmente, isso não tem sido o suficiente para combater a violência contra a mulher”, acrescentou o professor, que também é membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Agressões e assassinatos

O número de agressões contra mulheres também aumentou em São Paulo. Foram 54.783 ocorrências entre janeiro e novembro deste ano, um crescimento de 14,25% em relação aos 47.946 casos do mesmo período do ano passado.

Em 2023, até novembro, os números indicam que uma mulher foi vítima de espancamento em São Paulo a cada dez minutos.

Os feminicídios, assassinatos cuja motivação é o fato de a vítima ser do sexo feminino, cresceram de 175 para 195 (11%). Já os homicídios com mulheres como vítimas também cresceram, de 382 para 402, representando 5,2% de aumento em relação ao ano passado.

Denúncias contra agressores podem ser feitas a qualquer horário do dia ou da noite por meio da Delegacia Eletrônica (clique aqui).

 

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