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USP propõe contratar 148 professores em troca de liberação dos prédios

Reitoria e estudantes tiveram reunião de negociação nesta quarta-feira (4/10); alunos estão em greve há duas semanas

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foto colorida com imagens internas da FFLCH, na USP, com piquete montado por estudantes em greve - Metrópoles
1 de 1 foto colorida com imagens internas da FFLCH, na USP, com piquete montado por estudantes em greve - Metrópoles - Foto: Jéssica Bernardo/Metrópoles

São Paulo – A reitoria da Universidade de São Paulo (USP) propôs contratar 148 professores temporários em troca da liberação das entradas dos prédios bloqueados pelos estudantes em greve.

A proposta foi feita durante reunião de negociação com os alunos na tarde desta quarta-feira (4/10). O reitor Carlos Gilberto Carlotti Jr. e a vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda estiveram presentes no encontro.

“A reitoria apontou que essa proposta só vai se efetivar se os estudantes desmontarem os piquetes”, afirma a aluna Amanda Coelho, que participou do encontro nesta quarta.

Em documento divulgado ao fim da reunião, os estudantes afirmam que a universidade propôs realizar as contratações temporárias nos próximos 45 dias, “com reposição via concursos até o meio de 2024”. As vagas serão distribuídas de acordo com as necessidades de cada faculdade da instituição.

Além disso, os alunos afirmam que a reitoria se comprometeu a debater no Conselho Universitário a proposta de reposição imediata dos professores em casos de aposentadoria, exoneração e falecimento, o chamado “gatilho automático”.

Os representantes da USP também teriam se comprometido a não fechar nenhum curso por falta de professores e a fazer uma reavaliação sobre os casos de bolsas de permanência canceladas.

Durante a negociação, a reitoria afirmou ainda que garantirá o fornecimento de refeições em todos os restaurantes universitários aos sábados. A unidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), localizada na zona leste da cidade de São Paulo, não contava com as refeições no fim de semana, segundo os alunos.

Para Amanda, o saldo da reunião foi positivo. Ela diz que os estudantes têm interesse em resolver os problemas pautados o mais rápido possível. “Nós estamos fazendo essa luta pelo direito de estudar e queremos resolver isso o quanto antes para poder retornar às atividades tendo mais paridade na universidade”, diz a aluna.

Na próxima segunda-feira (9/10), haverá uma nova rodada de negociação. Na mesma data, os alunos devem levar as propostas da reitoria para votação em assembleia.

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Entenda a greve

A greve, que começou com os alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), tem como principais pautas a contratação de mais professores e a ampliação das bolsas de permanência.

Entre 2014 e 2022, o número de professores na universidade caiu de 6.090 para 5.151, segundo dados do Anuário da instituição. Com isso, cursos como o de Letras, na FFLCH, têm enfrentado dificuldades para oferecer algumas disciplinas.

Um dos casos mais críticos é o da habilitação em coreano, única graduação do tipo em todo o país, e que corre o risco de fechar por falta de docentes.

A USP já havia anunciado a contratação de 879 professores para repor o déficit. Entre as vagas disponibilizadas, 238 já foram preenchidas.

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