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Tarcísio troca secretário para “socorrer” ex-assessor afastado da PF

Ex-assessor de Tarcísio, o agente Danilo Campetti está afastado da PF desde agosto por atuação no tiroteio de Paraisópolis, em 2022

atualizado

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Fabio Leite/Metrópoles
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1 de 1 Imagem colorida mostra Tarcísio e Danilo Campetti - Metrópoles - Foto: Fabio Leite/Metrópoles

São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) planeja trocar o titular da Secretaria do Turismo para beneficiar um de seus ex-assessores: o agente da Polícia Federal (PF) Danilo Campetti, que foi afastado de suas funções na corporação no mês passado.

Segundo aliados, o governador já planejava uma minirreforma no secretariado e viu em uma eventual troca no Turismo, pasta sob o comando do seu partido, o Republicanos, a oportunidade de auxiliar Campetti sem se comprometer com a alta cúpula da sigla.

Para isso, o ex-deputado Roberto de Lucena seria exonerado para dar lugar a um deputado estadual da sigla na Assembleia Legislativa (Alesp). A preferência é pelo líder do partido na Casa, o deputado Altair Moraes. Com a nomeação, Campetti assumiria mandato na Casa, uma vez que é o primeiro suplente da coligação.

Na avaliação de auxiliares do governador e de deputados estaduais, a troca é habilidosa. Altair é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, que tem o Republicanos como braço político, e conta com a confiança do presidente do partido, o deputado federal Marcos Pereira.

Além disso, na visão de alguns parlamentares, ao nomear Altair para a pasta, Tarcísio estaria se redimindo de uma promessa feita ainda durante a campanha, de que o deputado seria o seu líder de governo na Alesp. O escolhido para o posto foi outro nome do Republicanos, o deputado Jorge Wilson “Xerife do Consumidor”, que não possui relação com a cúpula partidária.

Quem é Danilo Campetti

Candidato a deputado estadual em 2022, Campetti obteve 52 mil votos e não foi eleito. No entanto, ficou como suplente do partido na Alesp e é o primeiro na fila caso alguma cadeira fique vaga.

Aliado de Tarcísio e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem integrou a equipe de segurança na campanha de 2018, ele foi um dos agentes da PF que atuou na condução coercitiva de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2015, e na prisão do petista, em 2018.

Campetti está afastado de suas funções na PF desde o início de agosto, quando virou alvo de um processo disciplinar que apura se ele trabalhou de forma irregular na campanha eleitoral de Tarcísio no ano passado.

Em outubro, durante um tiroteio na favela de Paraisópolis que ocorreu em meio a uma agenda de Tarcísio, Campetti sacou sua arma na hora dos disparos e, depois, se identificou para os policiais militares que atenderam a ocorrência mostrando seu distintivo.

Pessoas próximas ao agente disseram que ele relata ter comparecido ao evento durante sua folga, o que não impediria sua presença ali, e que só fez uso de arma e distintivo, objetos da PF, diante da ameaça.

Após o episódio, Tarcísio conseguiu que Campetti fosse cedido pela PF ao Palácio dos Bandeirantes e o nomeou assessor especial na Secretaria da Casa Civil em janeiro. Seis meses depois, o governo Lula solicitou o retorno do policial à sua lotação de origem, em São José do Rio Preto, no interior paulista, sob o argumento de falta de efetivo.

Pessoas próximas a Tarcísio enxergam perseguição do governo Lula tanto na solicitação de retorno do assessor quanto do afastamento dele do cargo.

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