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SP vive aumento de casos de dengue e 14 cidades decretam emergência

SP registrou 13.555 casos prováveis de dengue na primeira semana de 2025, um aumento de 85% em relação ao mesmo período do ano passado

atualizado

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Mosquito da dengue
1 de 1 Mosquito da dengue - Foto: Reprodução

São Paulo — O estado de São Paulo registrou 13.555 casos prováveis de dengue (3.559 confirmados) na primeira semana epidemiológica de 2025, de acordo com os dados dessa sexta-feira (10/1) do painel da dengue administrado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), um aumento de 85% em relação ao ano anterior. No mesmo período de 2024, foram 7.320.

Em nota ao Metrópoles, a pasta informou que, em virtude da situação, 14 municípios já possuem decreto de situação de emergência vigente.

São eles:

  1. Espírito Santo do Pinhal;
  2. Estrela D’Oeste;
  3. Glicério;
  4. Igaratá;
  5. Jacareí;
  6. Paraibuna;
  7. Populina;
  8. Potirendaba;
  9. Ribeira;
  10. Rubinéia;
  11. São José do Rio Preto;
  12. São José dos Campos;
  13. Tambaú;
  14. Tanabi.

O decreto permite o emprego urgente de medidas de prevenção e contenção de riscos para epidemias, surtos, doenças emergentes e desastres, de acordo com a definição do Ministério da Saúde.

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Aedes aegypti
Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente Ethel Maciel
Em 21 de dezembro de 2023, a vacina contra dengue foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS)
Do total de casos da doença no país, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais
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Agentes deverão estar uniformizados

Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde
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Aedes aegypti

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Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente Ethel Maciel

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Em 21 de dezembro de 2023, a vacina contra dengue foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS)

Fotos : Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
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Do total de casos da doença no país, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais

Pnud/Gwenn Dubourthoumieu

Para o infectologista Thiago Morbi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as arboviroses, como a dengue, tendem a aumentar no verão principalmente por fatores ambientais e climáticos. “Chuvas frequentes e o calor criam uma condição ideal para a reprodução dos mosquitos Aedes aegypti, que são os principais vetores da dengue e das arboviroses que nós temos aqui no Brasil”, disse.

Segundo Thiago, esse padrão sazonal é muito recorrente aqui no Brasil. “Uma coisa que contribui para isso é a urbanização desordenada, em vista da dificuldade de controle de criadouros em áreas que são muito povoadas”, explicou o médico sobre os criadouros dos mosquitos, que tendem a se formar em locais com águas acumuladas e paradas, mesmo que em pequenas quantidades.

Regiões com mais casos

Segundo o painel da SES, no Departamento Regional de Saúde (DRS) de Araçatuba, que engloba a cidade e municípios vizinhos, há 909 casos confirmados para uma população de 721 mil pessoas, o que resulta no mais alto coeficiente de incidência da doença registrado no estado a cada 100 mil habitantes: 126,01.

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de Araçatuba, o município registrou 314 casos da doença somente nos primeiros dias deste ano, com duas mortes confirmadas e uma terceira em investigação. Em dezembro, foram 918 ocorrências. Em todo o ano de 2024, 2.946 casos foram confirmados.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Martins Ferreira Júnior, afirmou que o município vive uma epidemia, mas ainda não é necessário decretar situação de emergência. Para que isso ocorra, seriam necessários pelo menos 800 casos na semana ou quando o município não tiver local adequado para reidratação, o que vem sendo realizado normalmente pelo Pronto-Socorro Municipal e nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Por isso, a cidade realiza somente um mutirão de combate à epidemia de dengue no momento, para conscientizar e mobilizar a população na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Outro DRS com coeficiente em destaque é o de São José do Rio Preto, que consta na lista de municípios que decretaram situação de emergência. Neste ano, há 708 casos confirmados da doença para uma população de 1,6 milhão de pessoas, o que resulta no segundo mais alto coeficiente de incidência da dengue no estado a cada 100 mil habitantes: 41,75.

Por lá, o prefeito Fábio Candido decretou estado de emergência em 3 de janeiro deste ano. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, somando os casos de dezembro do ano passado e janeiro deste ano, 4.241 casos da doença foram confirmados, 142 somente em 2025. Em todo o ano de 2024, 17 pessoas morreram.

Na quinta-feira (9/1), foi anunciada a ampliação de 55 leitos dedicados à internação de pacientes diagnosticados com a doença na cidade.

Além disso, foi instaurada a campanha “Rio Preto sem dengue: a luta é de todos” em 4 de janeiro, com os agentes de saúde percorrendo as áreas de abrangência do Solo Sagrado e do São Francisco, que atualmente têm as maiores incidências de dengue da cidade. Durante as visitas, os agentes vistoriam os imóveis à procura de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Centro de Operações de Emergência

Para ampliar o monitoramento das arboviroses, orientando a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao controle de vetores, o Ministério da Saúde anunciou, na quinta-feira (9), a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses em São Paulo.

O planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios.

A pasta também anunciou a aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025, como estratégia complementar. Porém, ainda não há doses disponíveis em larga escala, pela limitação de produção do laboratório fabricante, sendo a eliminação dos focos do mosquito a estratégia principal. Até o momento, 5,5 milhões de doses já foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal.

Outra resposta do Brasil para o controle das arboviroses é o lançamento do Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika. A finalidade é garantir uma preparação adequada para conter o avanço das doenças. O novo plano revisa e amplia a versão anterior, publicada em 2022, e busca reforçar as estratégias de prevenção, preparação e resposta às epidemias de arboviroses.

Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, segundo o painel do Ministério da Saúde.

Até esta quinta-feira, foram notificados 16,3 mil casos prováveis e 16 óbitos em investigação em 2025. Do total de casos, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências.

Dengue

A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes. No Brasil, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti.

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses 
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte

Joao Paulo Burini/Getty Images
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

Joao Paulo Burini/ Getty Images
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

Bloomberg Creative Photos/ Getty Images
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

Guido Mieth/ Getty Images
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

Peter Bannan/ Getty Images
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

Guido Mieth/ Getty Images
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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Essa arbovirose é uma doença “febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada”, segundo o Ministério da Saúde. A maioria dos doentes se recupera, mas parte deles podem progredir para formas graves, inclusive vindo a óbito.

Todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações (veja abaixo) deve procurar imediatamente um serviço de saúde:

  • dor de cabeça;
  • prostração;
  • dores musculares e/ou articulares;
  • dor atrás dos olhos.

Em 21 de dezembro de 2023, a vacina contra dengue foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde.

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