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Sarna, convulsões e piolho: ministério cria grupo para discutir saúde de refugiados

Iniciativa surge após denúncias de surto de sarna entre refugiados afegãos que estão no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos

atualizado

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Fábio Vieira / Metrópoles
Refugiados abrigo Aeroporto Internacional de Guarulhos
1 de 1 Refugiados abrigo Aeroporto Internacional de Guarulhos - Foto: Fábio Vieira / Metrópoles

São Paulo – O Ministério da Saúde publicou nesta quinta-feira (29/6) portaria criando grupo de trabalho para discutir a Política Nacional de Saúde das Populações Migrantes, Refugiadas e Apátridas.

A iniciativa surge após denúncias de um surto de sarna entre os refugiados afegãos que estão no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Mais de 20 pessoas foram diagnosticadas com a doença na última semana.

O grupo também sofre com a falta de atendimento para outros problemas como convulsões, hipertensão, dores e até piolhos.

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O grupo de trabalho criado pela portaria será composto por integrantes de sete áreas diferentes do governo, como Secretaria de Saúde Indígena e Assessoria Especial de Assuntos Internacionais.

O objetivo principal é elaborar a proposta da Política Nacional de Saúde das Populações Migrantes, Refugiadas e Apátridas, apontando diretrizes para o cuidado com essas populações, além de sistematizar planos de ação para o atendimento a estes grupos.

Os trabalhos terão a duração de um ano e poderão ser prorrogados por mais 12 meses. A coordenação ficará a cargo da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Ao final do período, o grupo deve elaborar um relatório final, que será encaminhado à ministra Nísia Trindade.

Afegãos em Guarulhos 

Voluntários que atuam no acolhimento aos afegãos em Guarulhos devem receber uma visita da Ouvidoria-Geral da União nesta quinta (29). A reunião também contará com a presença de parlamentares.

A ideia dos voluntários é denunciar possíveis violações aos direitos humanos que têm acontecido no aeroporto.

A médica intensivista Aretusa Chediak Roquim conta que são comuns casos de piolho, dores de estômago e nas costas, além de crises de ansiedade entre as famílias que ficam acampadas no Terminal 2 à espera de um abrigo.

“Existe uma falha gigantesca na assistência a esses refugiados quando eles chegam ao aeroporto”, afirma a médica.

Aretusa é fundadora da ONG Além Fronteiras, Reconstruindo Vidas, criada em parceria com o afegão Moosa Hashimi, e que oferece ajuda para quem vem ao Brasil fugindo do Talibã.

Ela diz que os afegãos não recebem visitas de agentes de saúde da Prefeitura de Guarulhos e critica a falta de atenção ao grupo: “Não há [atendimento]. O que tem lá dentro é civil, são ONGs, associações que tentam acolher.”

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