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Samara Felippo faz BO e Polícia Civil vai investigar racismo em escola

Filha de Samara Felippo foi vítima de racismo em escola de alto padrão de SP. Duas estudantes foram suspensas por tempo indeterminado

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Mulher branca com cabelos presos em rabo, veste blusa preta transparente com detalhes em prateado
1 de 1 Mulher branca com cabelos presos em rabo, veste blusa preta transparente com detalhes em prateado - Foto: Reprodução/ Instagram

São Paulo – A Polícia Civil paulista vai investigar o caso de racismo contra a filha, de 14 anos, da atriz Samara Felippo no Vera Cruz, instituição de ensino de alto padrão na zona oeste da capital paulista. Duas estudantes do 9º ano, a mesma série da vítima, foram suspensas pela escola.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Samara formalizou a denúncia de racismo por boletim eletrônico — ou seja, registrado via internet. O caso, tipificado como “preconceito de raça ou de cor”, será encaminhado para o 14º Distrito Policial (Pinheiros), a delegacia responsável pela investigação.

O caso ocorreu na segunda-feira (22/4). A atriz detalha que as duas agressoras furtaram o caderno da filha, arrancaram todas as páginas de um trabalho de pesquisa e escreveram a frase “cu preto”. O caderno foi devolvido para o Achados e Perdidos em seguida.

A mãe da vítima também escreveu sobre a ocorrência em um grupo de pais do Vera Cruz no WhatsApp. “Ainda estou digerindo tudo e, talvez, nunca consiga. Cada vez que olho o caderno dela, ou vejo ela debruçada sobre a mesa, refazendo cada página, dói na alma. Choro. É um choro muito doído. Mas agora estou chorando de indignação também”, lamentou.

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Racismo

De acordo com Samara Felippo, os “atos hostis e excludentes” contra a filha “vêm sendo cada vez mais violentos e reincidentes” na escola. A atriz relata que a estudante já era “excluída de trabalhos, grupos, passeios”, mas “aceitava qualquer migalha e deboche”, porque “queria fazer parte de uma turma”.

A atriz afirma ter feito três reuniões com o Vera Cruz após o episódio mais recente e pedido a expulsão das envolvidas para não relativizar “um crime previsto em lei”, segundo escreveu.

“Quero que todos saibam a gravidade da situação à qual minha filha foi submetida e que a escola insiste em ocultar, atos esses que estão causando danos irreparáveis para as nossas vidas! E quando digo ‘nossa’ é de todos nós mesmo, pois o racismo é um câncer na nossa sociedade, e não podemos nos calar”, registrou.

“Poderiam aproveitar um caso grave como esse para servir de exemplo para toda a comunidade escolar, mostrando o que é intolerável dentro de um estabelecimento de ensino em pleno 2024, mas vejo mais uma escola, que se diz antirracista e ‘intolerante’, tolerando e dando a famosa segunda chance, ou seja, PASSANDO PANO”, escreveu.

Apoio de outros pais

Em carta divulgada para grupos antirracistas formados por pais de estudantes de colégios de elite em São Paulo, o casal Pedro Cobiaco e Janaína de Luna, que são pais de alunos do colégio, relatam que uma coordenadora passou em todas as salas “comunicando a decisão do colégio: as meninas não seriam expulsas”.

“Nossa filha chegou hoje indignada, com toda a razão, com o comunicado de sua escola acerca da não expulsão de duas alunas envolvidas em um caso sério de racismo no colégio”, escreveram.

“O caso em questão não envolve subjetividade alguma. Trata-se, absolutamente, de um crime de ódio.”

Ainda de acordo com o comunicado, as agressoras teriam aproveitado que a vítima saiu da sala, quando o sinal tocou, para furtar o caderno, levá-lo para fora da escola e vandalizá-lo em uma lanchonete da região. O objeto foi devolvido para o Achados e Perdidos. “As racistas planejaram essa violência com antecipação”, registraram.

Vera Cruz

Em comunicado interno, o Vera Cruz confirmou a agressão racista e explicou que tem se comunicado “muito intensamente com as famílias das alunas envolvidas”.

Segundo a escola, ao recuperar o caderno, a filha de Samara Felippo procurou a professora e a orientadora da série. “Imediatamente foram realizadas ações de acolhimento à aluna, de comunicação a todos os alunos da série, bem como a suas famílias”, afirmou.

“Nos dias seguintes, outras ações foram empreendidas, sempre no sentido de acolher a aluna que foi vítima dessa agressão, bem como no sentido de garantir que as alunas agressoras entendessem a dimensão do que haviam feito”, registrou.

De acordo com a mensagem, as alunas agressoras foram proibidas de participar de uma viagem do colégio e estão suspensas desde quinta-feira (26/4). A sanção é por tempo indeterminado.

“A suspensão se encerrará quando entendermos que concluímos nossas reflexões sobre sanções e reparações, que ainda seguimos fazendo — fato também comunicado a todas as famílias diretamente envolvidas”, destacou a escola.

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